sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Sou Puta...

"Sou puta
Quando uso a boca vermelha
Meu salto agulha
E meu vestido preto.
Sou puta
Mordo no final do beijo
Não fico reprimindo desejo
E nem me escondo na aparência de menina.
Sou uma puta de primeira
Acordo às 6:30
Pego ônibus debaixo de chuva
Não dependo de salário de macho
E compro a pílula no final do mês.
Sou uma puta com P maiúsculo
Dispenso o compromisso
Opto pela independência
Não morro de amor
Acordo sozinha
Cresço sozinha
Vivo na minha
Bebo em um bar de esquina
Vomito no chão da cozinha.
Sou uma putinha
Passo a noite em seus braços
Mas não me prendo no laço
Que você quer me prender.
Sou puta
Você tem o meu corpo
Porque eu quis te dar
E quando essa noite acabar
Eu não vou te pertencer
E se de mim você falar
Eu não vou me importar
Porque um homem que não me faz gozar
Nunca terá meu endereço.
E não é gozo de buceta
É gozo de alma
É gozo de vida
É me fazer sentir amada
Valorizada
E merecida
E se de puta você me chamar
Eu vou agradecer.
Porque a puta aqui foi criada
Por uma puta brasileira
Que ralava pra sustentar os filhos
E sofria de racismo na feira
Foi espancada e desmerecida
E mesmo sofrida
Sorria o dia inteiro
Uma puta mulher ela foi
E puta também eu quero ser.
Porque ser mulher independente
Resolvida
Segura
Divertida
Colorida
E verdadeira
Assusta os homens
E os machos
Faz acontecer um alvoroço.
Onde já se viu mulher com voz?
Tem que ser prendada e educada
E se por acaso for "amada"
Tem direito de ser morta pelo parceiro
Cachorra adestrada pelo povo brasileiro
Sai pelada na revista
Excita
Dança
Bate uma
Cai de boca
Mama ele e os amigos
E depois vai ser encontrada num bueiro
Num beco
Estuprada
Porque tava de batom vermelho
Tava pedindo
Foi merecido
E se foi crime "passional"
Pobre do rapaz
Apaixonado estragou a própria vida.
Por isso que eu sou puta
Porque sou forte
Sou guerreira
Não sou reprimida
Nem calada
Sou feminista
Sou revoltada
Indignada
E sou rotulada assim
Como PUTA!
Então que eu seja puta
E não menos do que isso."

-Helena Ferreira

sábado, 2 de janeiro de 2016

Feliz 2016

Quando 2015 começou, ele era todo seu.
   Foi colocado em suas mãos...
   Você podia fazer dele o que quisesse...
   Era como um livro em branco, e nele você podia colocar:
um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração.
   Podia...
   Hoje não pode mais; já não é seu.
   É um livro já escrito... Concluído.
   Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes, e você não poderá corrigi-lo. Estará fora do seu alcance.
   Portanto, antes que 2015 termine, reflita, tome seu velho livro e o folheie com cuidado.
   Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo.
   Leia tudo...
   Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo.
   Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não tente arrancá-las. Seria inútil. Já estão escritas. Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar repetir as ruins.
   Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu mundo.
   Se tiver vontade de beijar, seu velho livro, beije-o.
   Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele...
   Não importa como esteja...
   Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga apenas duas palavras: OBRIGADO e PERDÃO!!
   E, quando 2016 chegar, lhe será entregue outro livro, novo, limpo, branco todo seu, no qual você irá escrever o que desejar...

FELIZ LIVRO NOVO!!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Ichirin no Hana (dublado)

Igual a você, outra não há
E sei que ninguém pode tomar o seu lugar
Vou te proteger,
Não deixo morrer
A minha flor rara!

Você é como uma flor
Tão delicada que
em meio a escuridão
Encontrou um lugar para viver.
E essas raízes só te prendem
No mesmo lugar que você não queria estar,
Mas nunca pode escolher.

Diga já o sentimentos
(Que não pode esconder!)

Igual a você outra não há.
E nunca vou deixar ninguém te fazer chorar!
Não vou te ferir;
Eu farei sorrir
A minha flor rara!

Queria ver o seu olhar tão inocente
Que sumiu da minha frente
Como uma flor, sem água, a secar...
Mas eu vou estar aqui
(Serei sua força!)

Mesmo que eu acabe por lutar,
Lutar contra o mundo inteiro pra te ajudar
Vou te proteger,
Não deixo morrer,
Não desista de lutar!

(Tente perceber que não tem igual!
Tente perceber que não há outra vez!
Tente perceber que não tem igual!
Tente perceber que não outra...
VEZ
OUTRA VEZ
TENTE PERCEBER
PERCEBER
NÃO HÁ OUTRA!)

Igual a você, outra não há
E sei que agora, ou amanhã, não vai mudar!
Te juro que mesmo que eu acabe por lutar...
...lutar contra o mundo inteiro pra te ajudar,
Vou te proteger,
Não deixo morrer,
Não desista de lutar,
Preciso cuidar,
Da minha flor rara!

(Tente perceber que não tem igual
Tente perceber que não há "outra vez"
Tente perceber que não tem igual
Tente perceber que não há outra...
VEZ
OUTRA VEZ
TENTE PERCEBER
PERCEBER
NÃO HÁ OUTRA!)

Ichirin no Hana (dublado, The Kira Justice)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ostra ferida

"Ostra ferida..

Quando alguém nos mágoa ou nos fere ficamos muito tristes e até revoltados…
Devíamos lembrar que uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.
Pérolas são produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior das ostras, como um parasita ou um grão de areia.
Na parte interna da concha é encontrada uma substância chamada nácar.
Quando o grão de areia penetra as células do nácar, estas começam a trabalhar e a cobrir o grão com camadas para proteger o corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda pérola vai se formando ali no seu interior.
Uma ostra que nunca foi ferida nunca vai produzir pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém?
á foi acusado de ter dito coisas que não disse?
Já foi incriminado sem nada ter feito??
Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas?
Já sentiu duros golpes de preconceito?
Já recebeu o troco da indiferença?
Conseguiu perdoar??
Então você produziu uma pérola.
Cubra suas mágoas com várias camadas de amor.
Infelizmente, são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de sentimento.
A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando as feridas abertas, alimentando-as com sentimentos pequenos, não permitindo que cicatrizem.
Assim, na prática, o que vemos são muitas “ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.
Perdoar é uma arte!!!

-Por:Renato Ramos Filho Ramos -

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ei doce menina


Ei... Para que tanta cobrança se você sabe que a cada passo uma nova mudança. Não precisa ser normal apenas liberte-se de tudo que lhe faz mal. Sua ansiedade exagerada não lhe torna uma pessoa limitada. Olha para dentro de você,  veja todos os prazeres que pode se oferecer. Você sabe a sua essência, vejo isso pela sua transparência. Acredite no seu potencial que vai além de ser uma pessoa normal. E no auge dos teus desesperos, siga teus próprios conselhos. Você sabe que representa muito mais que uma vida turbulenta. Sabe a solidão ? Ela é apenas uma sensação, talvez chegue a ser invenção, não se cobre tanto não. Para cada situação, uma nova emoção que seja boa ou não. Momentos são passageiros, não se deixe abater pelos erros.
Ei... Doce menina, levante essa auto-estima. Acredite em você seu destino é vencer. Vou te ajudar a se convencer que [a vida] tem planos maiores para você. A imagem que você vê em frente ao espelho é só o que você deixa transparecer, que nem sempre é de fato você.
Ei... Sua vibe é diferente, isso não significa que você tenha que deixar de seguir em frente. Ei doce menina, levanta sua auto-estima.

-Keila Lopes

domingo, 22 de novembro de 2015

Hello - Adele

Hello, it's me
I was wondering if after all these years
You'd like to meet, to go over everything
They say that time's supposed to heal ya
But I ain't done much healing

Hello, can you hear me?
I'm in California dreaming about who we used to be
When we were younger and free
I've forgotten how it felt before the world fell at our feet

There's such a difference between us
And a million miles

Hello from the other side
I must've called a thousand times to tell you
I'm sorry, for everything that I've done
But when I call you never seem to be home

Hello from the outside
At least I can say that I've tried to tell you
I'm sorry, for breaking your heart
But it don't matter, it clearly doesn't tear you apart anymore

Hello, how are you?
It's so typical of me to talk about myself
I'm sorry, I hope that you're well
Did you ever make it out of that town
Where nothing ever happened?

It's no secret
That the both of us are running out of time

So hello from the other side
I must've called a thousand times to tell you
I'm sorry, for everything that I've done
But when I call you never seem to be home

Hello from the outside
At least I can say that I've tried to tell you
I'm sorry, for breaking your heart
But it don't matter, it clearly doesn't tear you apart anymore

Oh, anymore
Oh, anymore
Oh, anymore
Anymore

Hello from the other side
I must've called a thousand times to tell you
I'm sorry, for everything that I've done
But when I call you never seem to be home

Hello from the outside
At least I can say that I've tried to tell you
I'm sorry, for breaking your heart
But it don't matter, it clearly doesn't tear you apart anymore

💙💗💗💗💗💗💗
💙❤❤❤❤❤💛
💙❤HELLO ♪❤💛
💙❤👍☀👎❤💛
💙❤☮ O˥˥ƎH❤💛
💙❤❤❤❤❤💛
💚💚💚💚💚💚💛

Olá!!

Olá, sou eu
Eu estava me perguntando se depois de todos esses anos
Você gostaria de encontrar, para falarmos sobre tudo
Eles dizem que o tempo deveria te curar
Mas eu não me curei nem um pouco

Olá, você pode me ouvir?
Estou na Califórnia, sonhando sobre quem costumávamos ser
Quando éramos mais jovens e livres
Eu esqueci como era antes do mundo cair aos nossos pés

Há uma diferença entre nós
E um milhão de milhas

Olá do outro lado
Eu devo ter ligado mil vezes para te falar
Me desculpe por tudo que eu fiz
Mas quando eu ligo parece que você nunca está em casa

Olá do lado de fora
Pelo menos eu posso dizer que eu tentei te dizer
Me desculpe por partir seu coração
Mas não importa, claramente isso não te machuca mais

Olá, como você vai?
É tão típico de mim falar sobre mim mesma
Me desculpe, espero que esteja bem
Você conseguiu sair daquela cidade
Onde nada nunca acontecia?

Não é segredo
Que nós dois estamos ficando sem tempo

Então, olá do outro lado
Eu devo ter ligado mil vezes para te falar
Me desculpe por tudo que eu fiz
Mas quando eu ligo parece que você nunca está em casa

Olá do lado de fora
Pelo menos eu posso dizer que eu tentei te dizer
Me desculpe por partir seu coração
Mas não importa, claramente isso não te machuca mais

Oh, mais
Oh, mais
Oh, mais
Mais

Olá do outro lado
Eu devo ter ligado mil vezes para te falar
Me desculpe por tudo que eu fiz
Mas quando eu ligo parece que você nunca está em casa

Olá do lado de fora
Pelo menos eu posso dizer que eu tentei te dizer
Me desculpe por partir seu coração
Mas não importa, claramente isso não te machuca mais

Curtindo Adele - Hello via Letras Android: http://letras.mus.br/adele/hello

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PARTIDAS SEM DESPEDIDAS.

  São tantas partidas. Não há tempo para despedidas. Confesso que me perdi em várias de mim, nem todas foram ao tudo ruim. Umas machucaram mais, foram um pouco sagaz. Mudei ou me fizeram mudar. Por mais que eu tente nunca serei uma pessoa exemplar.
   Tentei ser mais forte afinal, não acredito em sorte e embora a dor ferisse eu quis viver até a velhice. Sei que nunca vou me entender mas, terei o privilégio de poder conhecer cada um eu que eu venha à ser. A solidão é retruque do meu comportamento injure(que fere).
   Vou me reter, de forte novamente vou me fazer. Sei que vai ser complicado mas, será um bom caminho andado. Rumo a sei lá... Qualquer lugar. Já que nunca vou me encontrar, vou aceitar me perder, sem tempo para me arrepender.
    De qualquer jeito preciso viver ou sobreviver. Nem sempre vou depender de mim, não sou eu quem vai estipular o fim. Eu tive muitas vontades entre elas, verdadeiras amizades. Vou presumir que não importa o que eu fizer ou onde estiver vai haver sempre uma nova partida e não haverá tempo para despedida.

-Keila Lopes

Raiva, mágoas e ressentimentos Partes I, II e III

🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀           Raiva, mágoas e ressentimentos
Parte I

Toda vez que alguém ou algo se choque com o bem-estar de outra pessoa, com o seu prazer, irá imediatamente produzir a chispa da raiva. Esta poderá abrandar-se logo ou atear incêndio, dependendo da área que tenha atingido.
A raiva é a reação emocional imediata à sensação de se estar sendo ameaçado, sendo que esta ameaça possa produzir algum tipo de dano ou prejuízo.
Não há quem já não tenha sido vítima da raiva. Todos os dias nos deparamos com diversas pessoas, no trabalho, no trânsito, nas conversações cotidianas...sendo estas as mais diversas, portadoras dos mais variados estados de ânimo. Não raro, alguma palavra mal empregada, algum tom de voz equivocado, e então nos sentimos ofendidos, tendo a raiva como reação imediata.
Sentir raiva é atitude natural e normal no quadro das experiências terrenas. Canalizá-la bem, elucidando-a até a sua diluição, é característica de ser saudável e lúcido, conforme assevera a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis. Mas como impedir que esta sensação inquietante se alastre e não ocupe mais espaços na nossa mente e sentimentos?
Segundo a nobre mentora de Divaldo Franco, o primeiro passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva. Não há motivos para nos envergonhar-mos da raiva e do fato de senti-la. Camuflá-la perante atitudes de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio, optando pelo parecer em detrimento do ser.
Em seguida devemos nos indagar: “ Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa? Por que me deixei atingir tanto? O que esta pessoa fez de tão desagradável a ponto de conseguir me desequilibrar o restante do dia?” Neste momento inicia-se a racionalização da raiva, e então é que percebemos que nós mesmos tivemos uma participação ativa na sua elaboração. Não foi o outro que produziu raiva em mim, pois somos nós que estamos sentindo raiva, logo nós mesmos a produzimos. Está em nós a sua origem e não no exterior.
Como dissemos, a raiva é uma reação emocional que ocorre toda vez que alguém vai de encontro ao nosso bem-estar, de maneira que nos sentimos ameaçados. O que então nos deixou tão ameaçados? Que área do meu ser aquela palavra proferida pelo ofensor atingiu de maneira tão precisa? Por que aquilo que foi dito significou tanto para nós?
A partir desse momento nós começamos a perceber que na verdade a sensação de inferioridade ou de ofensa não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro de nós. Seria como se a palavra empregada fosse a chave certa para uma determinada idéia existente dentro de nós mesmos – ela já estava ali – bastava acioná-la.

🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀🔷🌀
Raiva, mágoas e ressentimentos II

Decorre daí o enunciado de Joanna de Ângelis, de que “a raiva é o lançamento de uma cortina de fumaça sobre nossos próprios defeitos, a fim de que eles não sejam percebidos pelos outros”, sendo que quanto maior for o complexo de inferioridade da pessoa, mais vulnerável ela será a tudo o que for direcionado a ela do mundo exterior.
Canalizar bem a raiva significa, assim, refletir sobre o porquê de nosso desequilíbrio momentâneo. Da mesma forma, outro recurso deve ser empregado: refletir sobre a origem do ato na outra pessoa. Isso significa perceber que a pessoa estava em desarmonia no momento em que agiu, de forma impensada, produzindo o conflito. Significa tentar perceber que o outro agiu sem nenhuma intenção de produzir o dano que nós agora sentimos.
Isso não significa, de maneira alguma, que devamos ser coniventes com o desrespeito e ironia das pessoas ao nosso redor, as quais agem sem pensar nas conseqüências de seus atos. Mostrar-se ofendido, mostrar-se desgostoso com a situação, demonstrar os sentimentos de contrariedade e até mesmo a raiva inerente à ofensa são reações perfeitamente normais, de quem respeita a si mesmo e se considera credor do respeito e consideração dos seus semelhantes. Da mesma forma, dar uma corrida, realizar exercícios físicos ou algum trabalho que leve à exaustão, são recursos valiosos para se diluir a raiva. Extravasar, contar para os amigos como se sente, também são atitudes saudáveis e terapêuticas. O que não se deve fazer é camufla-la, reprimi-la, pois então estaremos oportunizando o surgimento da mágoa e do ressentimento.
Certamente há situações em que a dor nos atinge sem que possamos nos defender. Ocorrências em que ficamos paralisados, sem saber como agir, tamanha nossa surpresa e decepção. Entretanto, parece que nunca estamos preparados para as decepções. Acreditamos que sempre seremos estimados e considerados por todos, e que as pessoas nunca irão nos trair – e então nos magoamos.
A ingratidão e a calúnia ainda fazem parte do orçamento moral da humanidade, e não há quem não se depare com elas em algum momento. Dependendo da pessoa autora do disparo, do lançamento do dardo, este parece penetrar o mais profundo da alma, produzindo enorme sofrimento. Muitas vezes, aquela pessoa em quem nós mais confiávamos nos trai, nos decepciona, nos fere – e a dor então é perfeitamente natural. Chorar, considerar a ocorrência injusta, demonstrar os sentimentos ao agressor, mostrando-lhe os ferimentos, são atitudes que auxiliam para que a dor diminua e se abrande. Contar aos amigos o ocorrido, demonstrando como se sentiu diante da situação, dizer o quê o magoou, são recursos que colaboram para que a mágoa não se instale na criatura.

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Raiva, mágoas e ressentimentos III
Em nenhum momento devemos nos permitir guardar a mágoa, diz o espírito Hammed. Quando a mágoa se instala,  o indivíduo vai perdendo aos poucos a alegria de viver, avançando em direção aos estados depressivos e de melancolia – extinguindo-se o prazer pela vida. A mágoa cultivada aloja-se em determinado órgão e o desvitaliza, alterando o funcionamento normal das células. Quando dissimulada e agasalhada nas profundezas da alma, se volta contra o próprio indivíduo, em um processo de autopunição inconsciente. Neste caso, o indivíduo passa a considerar a si próprio culpado pelo ocorrido, e então se pune, a fim de expiar a sua culpa.
Segundo Sigmund Freud, o grande psicanalista do século vinte, todos nós temos uma certa predisposição orgânica para cedermos à somatização de algum conflito. Esta se dá geralmente em algum órgão específico. Desta forma, muitos de nossos adoecimentos repentinos são fruto do que ele chamou de complacência somática.Nós guardamos a mágoa ou “fazemos de conta” que ela não existe. Como os sentimentos não morrem, eles são drenados no próprio ser, ferindo aquele que lhe deu abrigo.
Mais uma vez, assevera Joanna de Ângelis, devemos recorrer à racionalização do ocorrido. Refletirmos sobre o desequilíbrio da outra pessoa, sobre sua insensatez e situação infeliz, o que faz com que a mágoa vá perdendo terreno para a compreensão e impedindo que o acontecimento venha a repetir-se continuamente na mente da criatura através do ressentimento.
O ressentimento é o produto direto da repressão da raiva. Não expressamos nossos sentimentos ao ofensor, não lhe demonstramos nosso desapontamento e desgosto e então passamos a guardá-la, a fim de desferi-la no momento oportuno.
O ressentimento é fruto de nosso atraso moral. Nós guardamos a dor da ofensa a fim de esperar o momento oportuno da vingança, do revide, a fim de sobrepormos nosso ego ferido em relação ao ego do ofensor. Quando isto acontece, um sentimento de animosidade cresce dentro de nós a cada dia, até que a convivência com a outra pessoa se torne insuportável. Um olhar não suporta mais o outro e a relação cessa por completo. Muitas amizades terminam assim, por falta de diálogo, de sinceridade e humildade em reconhecer-mos para o outro que ficamos chateados com sua atitude. Casais acumulam memórias de brigas, guardando lembranças de atritos que já ocorreram há meses, sem trocarem sequer uma palavra sobre o assunto, criando um clima silencioso o qual vai tornando o ressentido amargo e infeliz. Assim, há pessoas que possuem sobre o olhar uma “máscara espessa”...que encobre qualquer sorriso...Chegam a nos causar quase medo! É a amargura...que vai retirando toda a alegria de viver da pessoa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

"A Desobediência Civil" - Henry Thoreau

Resenha fantástica feita por uma amiga linda desse livro incrível que nos faz repensar nosso modo de vida e às catástrofes que mundo vem sofrendo já faz algum tempo:

""No atual momento de nosso país, vale a pena ler este livro exaustivamente.

Sobre "A Desobediência Civil" - Henry Thoreau

Henry Thoreau em “A Desobediência Civil” critica categoricamente o ideal americano afirmando que: “o melhor governo é o que menos governa” (2012 p. 7), pois o governo é apenas uma conveniência de paz. Contudo, a regra da conveniência não se aplica quando a justiça deve ser feita custe o que custar, pois “se injustamente arranquei a tábua de salvação a um homem que se afogava, devo devolvê-la, embora me afogue”. Thoreau não anseia pela abolição do governo e sim por um governo melhor. Afirma igualmente que nem sempre a maioria está certa, porém, é fisicamente mais forte. Entretanto, adverte- nos de que a consciência não deve ser abdicada em favor do legislador, pois a lei nunca tornou os homens mais justos, porque tais servem ao Estado como máquinas, com seus próprios corpos; sem o livre exercício de moral e discernimento, quando o homem deveria preceder o súdito americano.
   Thoreau faz uma ferrenha crítica ao governo norte americano que prega a liberdade, mas escraviza. Há muitos que se consideram filhos da liberdade, de Washington e Franklin, mas não fazem absolutamente nada para acabar com a escravidão, acomodando-se com as notícias e esperando providências de outros, nunca dele mesmo, preocupados apenas com “a defesa exterior da liberdade.” (2012, p.13, 146) Em referência à Guerra Mexicana, no caso do homem que manda substitutos para praticar atos que ele mesmo despreza, reverenciando sua própria estupidez, pois, se nega a ir para a guerra, mas indiretamente sustenta o governo que faz a guerra com o seu dinheiro, desta forma, tornando o imoral, amoral. Admoesta que o voto inconsciente de um homem desesperado é o mesmo daquele que vende o seu voto afirmando que a injustiça faz parte da máquina governamental, pois o mal está na Constituição do Estado.
Citando seu próprio exemplo de insujeição ao Estado pelo não pagamento de impostos, Thoreau diz que o homem que não paga tributos ao governo é preso, pois a cadeia é o lugar mais honroso onde um homem pode habitar com honra e onde o Estado coloca aqueles contra ele, punindo o seu corpo por não conseguir atingi-lo diretamente. Contudo, se este roubar do governo, logo ficará livre. Um governo que prende qualquer pessoa injustamente, também prenderá um homem justo. A autoridade do governo é injusta porque para ser justa precisa ter a sanção e o consentimento dos governados, ou seja, apenas pode dispor dos direitos sobre o indivíduo, que este último lhe outorgar.
       Thoreau, afirma que busca agir em conformidade com as leias da terra porque “quando um homem não pode viver de acordo com sua natureza, deve perecer assim como uma planta”, de modo que em sua visão, o pagamento de impostos favorece a injustiça numa amplitude além da exigida pelo Estado, e sujeitar-se a ele significaria a sua diminuição como homem. O estado americano de Massachusetts, onde Thoreau vive e repetidas vezes citado por ele, " reserva as prisões a qualquer espírito livre – o que nos cabe, entretanto, é não participar do mal que condenamos, e não é porque o homem não pode fazer tudo que fará algo errado e que qualquer homem que seja mais reto que seus semelhantes já se constitui maioria de um ". (2012, p. 18, 19) Thoreau afirma que o indivíduo é o poder mais alto e independente e, enquanto não houver um governo que reconheça isso e prepare seus governados para cumprir com suas obrigações como seres humanos, será impossível um governo livre e esclarecido rumo a um Estado perfeito e glorioso.
Thoreau tece um relato sobre a escravidão em Massachusetts, e ironiza o fato do Estado e sua lei escravocrata habitante da lama, mobilizar sua força militar para capturar um escravo fugitivo quando nenhum soldado é oferecido para resgatar um cidadão seqüestrado. São homens que lutaram pela sua própria liberdade e agora desprovidos de princípios lutam pelo direito de escravizarem outros. Thoreau adverte que os homens precisam tornar a lei livre porque esta não o fará por eles, como no caso de um juiz de Massachusetts que agindo pelos critérios da justiça sentencia um escravo fugitivo a retornar ao seu dono por esta ser uma ação constitucional em vez de justa. Deste modo, escraviza seu discernimento por não reconhecer uma lei mais elevada do que a Constituição e por economizar nos seus princípios morais, virtudes e qualidades nobres criando expectativas somente nas eleições em vez de fazer de si um homem melhor a cada dia.
Critica a adoção da mão de obra produtiva com ambições materialistas, ou seja, com o único intuito de ganhar dinheiro em vez de proveito real, e quando este se sobrepõe ao lazer tomando mesmo que involuntariamente em pensamentos, assim como o olhar da sociedade de só enxergar como trabalho ocupações que rendam dinheiro em detrimento de um bom trabalho,  mesmo que isto envolva usar como “adubo os ossos dos ancestrais”. (2012, p. 106) Somos pagos para “ser algo menos que homens”. (2012, p.128) Segundo Thoreau, esta forma de ganhar a vida é uma forma de nos eximirmos da própria existência como se o mundo fosse uma rifa.
Há muitas semelhanças com o relato tecido por Thoreau ainda no século XIX e em nossos dias. Ainda vendemos o nosso voto em troca de um punhado de pão e de uma bolsa social ou pior ainda, votamos sem consciência, considerando este exercício uma obrigação sem maiores conseqüências do que a de pressionar três teclas. Ainda servimos como peças para a maquinaria do Estado, pois, agimos primeiramente como súditos permitindo que nosso espírito seja tomado por toda sorte de concupiscência, escravos do materialismo; enquanto deixamos de lado a nossa própria família, e daí sim; se sobrar tempo, somos homens. Continuamos a esperar dos nossos semelhante ações morais que cabe somente a nós o primeiro passo, o que se inclui neste a reforma imediata em nosso ordenamento jurídico pedido este feito pelos que resistem as leis, os “Desobedientes Civis”, pois estas leis embora legítimas ainda se assentam nos moldes das políticas imperialistas. Thoreau nos mostra que é preciso refutar as leis injustas a fim de proteger os nossos direitos essenciais ainda não completamente resguardados pelas esferas de nossas leis. “A Desobediência Civil” mostra-nos que a democracia não é sinônimo de um governo justo. É preciso desenvolver nossa cidadania por sermos sujeitos ativos e questionadores de decisões oriundas do Estado e na reivindicação consciente de nossos direitos não somente como indivíduos, mas como força pública. ""

BSB

domingo, 15 de novembro de 2015

Mentes medíocres

MENTES MEDÍOCRES !!!
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez e nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós têm a metade de uma laranja,
e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros,
que ninguém em nossa vida merece carregar  nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta:
A gente cresce através da
gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia ficará apenas mais agradável.
Fizeram a gente acreditar que só há uma
fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados a marginalidade, ao desconforto e ao sofrimento.
Não contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, destroem lares e familias são alienadas, e que podemos tentar outras
alternativas.
Não contaram que temos uma mente brilhante e que com ela poderemos refluir de coisas impressionantes. Esqueceram de falar do poder que tem nossa fé.
Que temos o livre arbitro de fazer nossas escolhas e tomar nossas decisões.
Mas pra tudo isso acontecer e vc ser muito feliz primeiramente vc tem que estar muito apaixonado(a).
Apaixonados pos vcs mesmos não por outra pessoa.
Ai sim vc vai começar a entender realmente o significado da palavra AMOR.
Desfrute das coisas boas que chegarem até vc, não fique a mercê de seu próprio coração.
"Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável,
mas que não precisamos nos agarrar a dor para justificar nossa existência."
Tenham todos uma ótima noite meus anjos desse grupo.
ASS ADHEMAR NUNES

Correção e adaptação: L.Y.

41 Dicas Para Lidar Com a Depressão

Trabalhando os pensamentos disfuncionais da depressão. O portador do transtorno depressivo costuma ter dificuldade em flexibilizar os pensamentos, ou seja, quando um pensamento negativo se instala este pensamento se torna resistente a mudanças. Por exemplo, acreditam que não adianta sair de casa e ir para uma festa pois "será perda de tempo", mas caso alguém consiga convence-lo a pelo menos tentar ficar um pouco na tal festa este depressivo poderá perceber que a simples mudança de ambiente já ajuda na melhora do humor. Mas isso não é suficiente para anima-lo a participar da próxima festa, pois continuará a pensar que "será perda de tempo". Este pensamento disfuncional pode não mudar sozinho, e mesmo mudando um pouco através de experiências positivas, esta pessoa ainda receberia melhor ajuda "treinado" a pensar com mais amplitude. A psicoterapia é um caminho para esta mudança pois os amigos e parentes, mesmo que com boa vontade, costumam ter pouca disposição, paciência e nenhuma técnica para lidar com pessoas depressivas. Depressão é doença.

Aquele mau humor que se curou com "força de vontade" ou com dicas do vizinho, provavelmente, não era depressão. Inicie sua psicoterapia. Depressão é um distúrbio do pensamento. Os pensamentos dos depressivos são negativos, tudo é ruim, feio, sem graça, são óculos muitos escuros eternamente diante dos olhos.

Mas lembre-se, às vezes pode ser difícil conseguir isso sozinho, conte conosco, nossos psicólogos estão à disposição para recebe-lo.

Depressão pode vir de três fontes. Genética, alguém na família também tem. Circunstancial, coisas lhe aconteceram que lhe deixaram deprimida. Você mesma. Sua cabeça está indo para caminhos catastróficos e você não está vendo saída. Independente da fonte da sua depressão você tem possibilidade de melhorar. Se não conseguir sozinha tente um psicólogo da área da Terapia Cognitiva Comportamental, mas enquanto isso segue abaixo dicas que podem ser aplicadas já (obs: estas dicas não são técnicas do processo terapêutico, são exercícios simples mas que também ajudam)
1- Induzir sentimentos de felicidade exercendo influência direta sobre o corpo: Eleve os cantos da boca e sorria com os olhos fazendo as ruguinhas de alegria, pois sorrir trás felicidade.
2- Perceber racionalmente os sentimentos: Decida contra os sentimentos negativos, decida racionalmente quais sentimentos e sensações quer ter. Combine com você mesmo que não quer sentir raiva, decepção, etc. Isso possibilita reagir de modo mais adequado e não ter explosões emocionais.
3- Suavizar os sentimentos negativos: Diminua a sensação de impotência tirando o foco dos eventos disfuncionais. Por exemplo, se o transito é algo muito estressante, ouça um CD ou curso de idiomas. Crie expectativa positiva. Planeje situações agradáveis para sua rotina, como por exemplo programar um segundo café da manhã no escritório antes de iniciar o trabalho.
4- Controlar as emoções negativas: Perceba-as conscientemente e em seguida afaste-as e retome o que estava fazendo. Identifique a emoções negativa,torne-se consciente dela, e em seguida a coloque de lado. Não extravase a raiva nem derrame lágrimas. Deve-se aprender a dominar o sentimento desagradável para não ficar a mercê dele no futuro. Quanto mais você repete um comportamento, mais você está reforçando as conexões neurais deste comportamento. Portanto para se livrar dos sentimentos desagradáveis não repita os comportamentos que estão associados a eles.
5- Aprendendo a desfrutar momentos de felicidade: Mude a maneira de perceber o mundo. Por exemplo: Descubra cada vez mais nuanças em um buquê de vinho. Conheça melhor a outra pessoa a sua frente e inicie uma amizade. Admire diariamente a luz do amanhecer. Cultive o sangue frio e não aceite provocações. Pratique autocontrole.
6- Não adiar nada que possa lhe proporcionar alegria: Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã, se você tem uma oportunidade de fazer algo bom por você hoje, não deixe para amanhã.
7- Imaginar-se em uma posição fora de sua própria vida: Faça o exercício da “sacada”. Imagine-se em uma sacada, olhando para você em seus problemas. Isso facilita relativizar preocupações e sofrimentos e perceber como essas questões ficam pequenas quando vistas de fora.
8- Imaginar a serenidade que um “mestre” mostraria diante de uma determinada situação. As representações mentais são capazes de moldar o cérebro quase na mesma medida que vivencias verdadeiras. Imagine que você tem um mestre, muito sábio e competente, e este sábio lhe mostrará como lidar com cada situação problema. Visualize este sábio e seu cérebro se encarregará de lhe personificar o melhor sábio.
9- Repetir Quanto mais os neurônios são estimulados mais a conexão se torna sólida. Repita tudo o que você considera interessante ser consolidado em sua vida. Palavras, atitudes, imagens, etc. são fixadas em sua mente pela repetição.
10- Focar a atenção conscientemente os sentimentos positivos. Para intensificar sua fixação no cérebro foque intencionalmente os sentimentos positivos. Não dê importância ao próprio mal estar.
11- Seja curioso: Curiosidade e entusiasmo estão diretamente relacionados. Quem sente curiosidade imediata sobre um assunto, ou sobre alguém, é capaz de se entusiasmar facilmente com outras coisas. Desperte isso em você procurando se interessar nos detalhes das coisas. Tenha em mente sempre s que lhe traga curiosidade: Como funciona? Como é? Qual a estória por trás?
12- Faça surpresas: Acessando o circuito de expectativa você desencadeará sensação de euforia. Surpresas agradáveis agilizam o raciocínio.
13- Desejar algo é o melhor remédio contra o tédio: O desejo por alguma coisa amplia a satisfação que sentimos ao obtê-la.
14- Manter-se longe de bebidas e fumo até o inicio da idade adulta: O cérebro jovem é moldado com mais facilidade, portanto não o apresente ao vício.
15- Tenha um estilo de vida de acordo com sua natureza: Temos mais felicidade quando as coisas que nos rodeiam tem a ver conosco. Estar em desacordo com nossas características nos faz infelizes.
16- Tenha sempre atividades: A natureza nos premia quando levamos uma vida ativa. Não fazer nada é um péssimo remédio para a tristeza. Force-se a atividades que você sabe que podem lhe agradar. Com certeza você sairá de casa com expressão no rosto de “Ai meu Deus”, mas voltará com a expressão de “Ainda bem que eu fui”.
17- Tenha sempre objetivos, metas alcançáveis: Uma vida sem objetivos acaba conduzindo à depressão. É necessário a vivencia do êxito.
18- Faça exercícios meia hora por dia: Exercícios físicos aliviam a depressão
19- A variação é próprio tempero da vida: Mudar as formas de extrair prazer da vida é um caminho para fugir da monotonia dos sentidos. Mude o caminho pra o trabalho, o tipo de roupa que costuma usar, a comida que sempre ingere, etc.
20- Aprender a apreciar o encanto do imprevisto: Sempre que o imprevisto lhe aparecer tente completar a frase: “não esperava por isso, mas foi bom por que......” . Assim você se treina a descobrir encantos por toda parte.
21- Parar de considerar a utilidade das coisas e fixar apenas na percepção: Veja, ouça, cheire e saboreie mais do que faz normalmente.
22- Modificarmos ligeiramente aquilo a que estamos habituados: O tédio só chega quando desprezamos o princípio da rotatividade das coisas prazerosas.
23- Banho quente, massagem, perfumes, música e boa comida contra a solidão: Satisfaça os caprichos do corpo para evitar a perda da auto-estima.
24- Controlar a excessiva capacidade de imaginar o infortúnio: Apenas isso já nos torna infelizes. Muitas vezes sofremos com problemas que nunca se concretizam. Imaginamos que vamos perder o avião, que seremos demitidos, que vamos levar uma bronca, mas apenas 10%, ou menos, destas situações se realizam.
25- Tenha em mente que nenhuma situação pode ser tão ruim: Veja sempre o lado positivo de todas as coisas, mas considere a realidade. E liste argumentos que rebatam as más suposições.
26- Lembrar com mais freqüência dos bons momentos: Para aumentar a sensação de satisfação tire alguns minutos por dia apenas para se lembrar dos bons momentos da sua vida.
27- Ir embora no melhor da festa: A última impressão é a que fica e, um gostinho de “quero mais” sempre é mais agradável.
28- Expectativa positiva e esperanças realistas em relação às coisas que dependem de nós: Quanto mais expectativas positivas maior a probabilidade de se sair bem no que faz.
29- Visão exageradamente cor de rosa: Pensamento positivo não significa dizer mentiras bonitas, pois estas estão sempre sujeitas à decepção. Foque o positivo e aceite a realidade. Por exemplo, nada de olhar para o espelho e dizer: “Sou lindo e todo mundo me adora”, pois a realidade é bem interessante e aceitável: ”Não sou lindo, nem todo mundo me adora e nem por isso preciso me incomodar com isso, pois isso não reflete o real valor de uma pessoa”.
30- A ambição é um instrumento de tortura: Ânsia por fama e fortuna reduz o grau de satisfação com a vida. A ambição desmedida é relacionada às fobias e depressão. Interesse, metas, motivação são muito diferente de ambição desmedida e irreal.
31- Prestar atenção nas percepções no momento exato em que surgem: Pois a memória manipula as lembranças. É possível lembrar como muito ruim algo que foi apenas desconfortável. Portanto a cada situação desagradável, pare e perceba, conscientemente, que você pode superar.
32- Estar atento aos momentos de felicidade: Saboreie os momentos de prazer para não desperdiçar nenhuma parte e ter a oportunidade de o conhecer completamente.
33- Diário da felicidade: Jogue “luz” a tudo que produzir algo agradável. Escreva freqüentemente tudo o que lhe acontecer de bom, coloque em foco as ocorrências agradáveis da sua vida.
34- Valer à pena: Envolva-se com algo que acredite valer à pena, mesmo que aparentemente cause sofrimento, no fundo a sensação é de satisfação. Por exemplo, trabalhe como voluntário, ajude o vizinho, etc.
35- Voltar o olhar para fora de suas angustias: Ocupe-se de outras coisas rompa o circulo vicioso dos pensamentos e sentimentos sombrios.
36- Imaginar cenas animadas e coloridas: Distrai e tira o foco do problema.
37- Olhar, escutar e sentir intensamente: Olhar para o mundo com atenção. Assim esquecemos tudo, até de nós mesmos.
38- Levar a sério cada atividade do cotidiano: Tudo o que for feito com muita concentração mantém o cérebro ativo, e assim possibilita atingirmos o estado de “fluxo”. Fluxo é a sensação de envolvimento de forma a não percebermos o tempo passar.
39- Procurar desafios na medida certa: Tarefas difíceis de mais ou fáceis demais não nos leva á saudável excitação ou até mesmo a euforia. Isso evita a falta de êxito ou o tédio.
40- Pequenas metas para iniciar: Vitórias parciais merecem mais atenção do que o resultado final.
41- Meditação: Dirigir a percepção para um foco simples permite a pessoa esquecer o próprio eu e vivenciar sentimentos de euforia. Tranqüiliza o espírito e relaxa o corpo. Ex. Fixar-se na cadencia da respiração.

RESSIGNIFICAR

PUBLICADO EM SOCIEDADE POR LARISSA BISPO

Acreditar que a nossa felicidade depende 5% daquilo que nos acontece e 95% do que fazemos com isso e entender que somos os únicos responsáveis pela maneira que enxergamos os problemas e os damos outro significado.

Ultimamente estou passando por uma das melhores e mais ricas experiências da minha vida: ressignificar. Mas o que significa isso, de fato? Por quê em alguns momentos nos vemos obrigados a fazê-lo?

Todos nós deveríamos tirar pelo menos quinze minutos do nosso dia para fazer um exercício de auto-conhecimento. Não falo das perguntas gerais como "Quem eu sou?" ou "O que eu espero da minha vida?", mas acordar todos os dias e se perguntar "Por quais razões eu estou aqui, onde estou, nesse momento?" ou "Como eu quero que seja o meu dia, hoje?"

Acredito que tudo ou quase tudo que nos cerca, o que sentimos e o que influencia nossas atitudes e decisões se resume a um só conceito: visão. Não passar na entrevista do emprego dos seus sonhos pode significar que você está desempregado e que sua vida profissional está acabada, como pode ser a oportunidade para você procurar algo que se identifique mais e te faça crescer. Terminar um relacionamento pode ser uma das piores experiências da sua vida, o chão pode desabar aos seus pés e você pode se sentir um lixo, abandonado e sem rumo por meses ou pode fazer disso um aprendizado e aproveitar a maior oportunidade para se descobrir e se amar completamente, sem depender de mais ninguém.

Isso chama-se visão.

Imagine que hoje, ao sair de casa, você resolva sacar uma grande quantia de dinheiro no banco. Ao sair de lá, seja assaltado e leve um tiro de raspão no seu ombro esquerdo. Ao acordar, no hospital, você terá duas escolhas: se lamentar e vitimizar-se por ter perdido todo o seu dinheiro ou agradecer à vida por estar bem e por aquela bala ter desviado alguns centímetros para longe do seu coração. O significado de todo acontecimento depende do filtro pelo qual o vemos.

A visão que temos a respeito do que nos acontece e dos nossos problemas, sejam eles grandes ou diários, é o que define a capacidade que temos de sermos felizes.

Decepções amorosas, problemas de saúde ou familiares, luto, fracasso profissional - tudo isso, ao serem encarados de certa forma, podem parecer os seus piores problemas, mas podem ser a maior oportunidade para você ressignificar a sua vida. Isso quer dizer dar um novo significado ou um novo sentido para aquilo que acontece com a gente e, logo de cara, vimos como o fim do mundo, algo praticamente sem solução naquele momento. Dessa forma, esquecemos que os únicos responsáveis pelo rumo que damos à nossa vida e às escolhas que fazemos somos nós mesmos.

Quantas vezes já responsabilizamos outras pessoas pelo que acontece com a gente? "Eu era um ótimo funcionário e ele me demitiu"; "Eu estudei tanto, mas o professor me deu nota baixa"; "Eu era o(a) melhor namorado(a) do mundo, mas terminaram comigo". Não devemos nos culpar quando erramos ou quando as coisas simplesmente não dão certo, mas devemos assumir a responsabilidade pela nossa própria vida, e, principalmente: estar no controle dela. Conseguir enxergar que temos o poder de encontrar a solução nos próprios problemas e entender que somente nós mesmos somos responsáveis pela nossa própria felicidade.

Isso é a arte de ressiginificar. E digo arte porque não é fácil, mas é possível desenvolver esse poder e ressignificar quem somos todos os dias. É disso que precisamos. Conseguir parar, no meio da rotina, e pensar sobre o que esperamos de nós mesmos e como vamos lidar com nossas próprias decisões e incompreensões. Enxergar a vida da forma que queremos vê-la. Saber que todos os dias são diferentes e que podemos fazê-los serem bons, mesmo quando não são. Entender que errar é inevitável, mas é imprescindível tirar algo bom do erro, para acertar depois. Aceitar que nem sempre somos responsáveis pelo resultado das nossas escolhas, mas somos capazes de tornar nossas próximas ações meios para que o que não deu certo não se repita.

Teóricos mencionam que nossa felicidade depende 5% daquilo que nos acontece e 95% do que fazemos com isso, ou seja, como reagimos e qual sentido atribuímos. Sejamos capazes de nos permitir sofrer, chorar e se arrepender, mas que o processo de lamentação seja mais curto do que é hoje, uma vez que ele é inteiramente desnecessário. Que, de hoje em diante, possamos praticar a maior arte que podemos aprender e buscar o que todos queremos, independente de crença, cor ou religião: a felicidade - todos os dias. Mesmo que tudo dê errado.

Fonte: OBVIOUS 


© obvious: http://obviousmag.org/impermanencia/2015/sobre-a-arte-de-ressignificar.html#ixzz3rbVnI1vu 
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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Meus Medos

Tenho medo, um medo sem definição, aquele medo que afronta a razão. Não consegui definir se é um medo bom ou ruim. Talvez, seja algo generalizado ou certos medos sejam forçados. Pode ser uma forma de prevenção para não cair em tentação. Algumas vezes é um medo impedidor que causa dor sem nenhum pudor.
As vezes o medo domina, saio um pouco do clima. Tenho medo até do próprio medo esse sentimento parece tão verdadeiro. Não sei mais que rumo seguir o medo sempre tende a me impedir, de tudo que estipulo algumas coisas o medo me limita a conseguir.
As vezes faço o medo superior e me vejo inferior isso me causa um ardor.
Tenho medo da imaginação não fluir e eu me ver sozinha aqui, por não conseguir criar personagens, daqueles que me agradem, tenho medo de viver sobre grades as vezes o medo é covarde.
  Tenho medo do meu lado fera se alastrar e feridas sobre minha vida provocar.
  Tenho medo de coisas sem nexo, as vezes do meu próprio reflexo. Medo de pensamentos de me encontrar à relentos.
As vezes o medo é libertador e me faz ver o mundo com mais amor. Então, acho que não há real definição que possa  distinguir se o medo é bom ou ruim... Talvez. Seja fruto da minha imaginação, esse medo cheio de criação. Parei para esse momento reflexão. Afinal o medo é ruim ou não ?.
-Keila Lopes

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Trabalho para Graduação de Faixa Preta

estou salvando aqui algumas pesquisas que fiz para o meu trabalho de graduação de faixa preta DE TAEKWONDO PARA TER ESSAS REFERêNCIAS SALVAS NUM LUGAR FACILMENTE ACESSÍVEL e para que todos vcs possam desfrutar tbm...
bjs :*

TAEKWONDO ALIVIA O ESTRESSE E MELHORA QUALIDADE DE VIDA

TAEKWONDO ALIVIA O ESTRESSE E MELHORA A QUALIDADE DE VIDA

Que a atividade física é fundamental na manutenção da saúde física e no controle do estresse todo mundo sabe, no taekwondo sempre é reforçada a importância de escolhas saudáveis para a vida toda. Nesta matéria porém nós queremos ressaltar como a prática do taekwondo mudou a vida de algumas pessoas e como foi decisiva em situações estressantes.
Você vai ver o depoimento de alunos cujas idades e atividades diárias variam e como sentem o benefício do taekwondo.
Ano de Vestibular: desafio e estresse no limite na vida dos adolescentes
Vitória A. Braiti – 17 anos – Faixa Preta 3 Dan – Estudante
“Neste ano que passou o taekwondo foi fundamental em minha rotina. Treino há 11 anos e este ano treinei apenas para manter a forma e aliviar as tensões, não competi nem fiz exames, mas foi um dos anos em que mais senti os benefícios do taekwondo em minha vida.
Quando eu treinava saia daquele estresse do vestibular, saia da aula me sentindo mais confiante, animada e otimista em relação aos desafios que teria que enfrentar.
No segundo semestre então a coisa foi ficando cada vez pior, eu tinha amigos que já não conseguiam dormir, entraram em depressão e sentiam muito medo de não entrar em nenhuma faculdade. Nas ocasiões em que eu não podia ir aos treinos eu me sentia muito mais tensa.
Ter continuado a treinar no ano passado foi a minha melhor escolha. Passei em 2 vestibulares e em mais alguns desafios. Vou cursar Engenharia Ambiental na PUC-PR, que era o que eu queria. Estou muito feliz e confiante para esta nova etapa em minha vida”.
Vida de Médico: estresse e horários desgastantes
Paulo H. C. Motta e Camanducaia - 43 anos – Faixa Vermelha e Preta - Médico


“Minha rotina atual é menos estressante do que quando entrei na escola de medicina, a rotina de estudos era muito corrida, e acreditava que o bom médico é aquele que trabalha muito, em vários lugares, dorme pouco, e consequentemente ganha muito dinheiro. Infelizmente, demorei muito para ver que isto é uma grande ilusão. Terminei a residência médica, em 1998, e fui trabalhar num hospital de grande porte. Não tinha descanso, nem final de semana, não comia direito nem convivia com a família adequadamente, o dinheiro veio, mas trouxe junto desequilíbrios psíquicos e físicos, que até os dias de hoje me assombram. Quando entrei no taekwondo em 2008, imediatamente me identifiquei e passei a me sentir mais confiante e esperançoso com relação aos caminhos que deveria seguir. Em 2009 pedi demissão e passei a trabalhar num ritmo que me permitisse viver como uma pessoa equilibrada, Hoje trabalho em dois hospitais e tenho um emprego como médico do trabalho. Corro bastante mas estou menos estressado e consigo treinar 4 vezes por semana.
Desde que comecei a treinar, minha alimentação melhorou, como menos, mas melhor, durmo melhor e me sinto bem emocional e fisicamente. Como médico já enfrentei situações difíceis com pacientes internados, estados graves e tudo o mais. Porém, senti que os treinos do taekwondo faziam com que eu me sentisse mais confiante, otimista e menos estressado.
O maior benefício, que o Taekwondo me traz, sem sombra de dúvida, é a oportunidade de estar junto dos meus filhos, treinando e participando, isto nos uniu ainda mais e eu me sinto muito feliz e privilegiado por esta oportunidade, também pude perceber que nunca é tarde para podermos aprender algo útil e que nos faça feliz”.
Mãe, esposa e profissional: o estresse rotineiro na vida das mulheres.
Patrícia S. C. Antonello – 33 anos – Faixa Camuflada - Farmacêutica
” Sou casada, mãe do Matheus de 5 anos, e trabalho na farmácia das 6h às 14h de segunda à sábado. Minha vida é bem corrida pois além do trabalho tenho todas as outras responsabilidades que envolvem a família.
Entrei no taekwondo depois de matricular meu filho e perceber que era uma atividade sem rotina e com objetivos. Precisava fazer uma atividade física para manter a saúde e a forma e o taekwondo me proporcionou muitos benefícios, além da convivência com meu filho, me deu uma hora só para mim e isso me relaxa e me afasta do estresse diário.
O que eu mais gosto no taekwondo é que é uma atividade dinâmica que me motiva, me estimula a buscar os objetivos a cada dois ou três meses e não é nada maçante, cada aula é uma coisa diferente e sempre trás novos desafios. Sinto os benefícios em tudo, na parte física, o corpo muda, melhora. Na auto estima, na saúde e na disposição. É bom em tudo”.


As Mulheres e as Artes Marciais: O Karatê Shotokan e o Taekwondo como promoção da qualidade de vida



1 INTRODUÇÃO

A sociedade atual vem se modificando e, devido a este fato, as relações sociais e a posição que a mulher ocupa na sociedade também passam por alterações. A mulher vem conquistando um espaço antes dominado pelos homens, não apenas em questões de trabalho, mas também no âmbito esportivo.
Vários autores entre eles Simões (2002) destacam o valor da mulher na sociedade e no esporte, bem como as transformações pelas quais elas passaram para conquistar, aos poucos, um nítido reconhecimento. "São tantos os papeis assumidos pelas mulheres que hoje se admite que eles sejam resultantes das profundas e velozes transformações produzidas pelo mundo moderno" (SIMÕES, 2002, p. 180).
Acerca da participação feminina nas artes marciais, aqui especificamente se tratando do Karatê Shotokan e do Taekwondo, percebe-se que as mulheres vêm buscando obter benefícios não somente para o binômio corpo-mente, mas também em relação à defesa pessoal. Entretanto, assim como nas outras possibilidades de prática de atividades físicas, é a melhoria da qualidade de vida que representa um dos principais motivos que levam a mulher à busca dos conhecimentos relacionados às artes marciais.
Este estudo tem por objetivo estabelecer uma revisão acerca de alguns aspectos relacionados à prática do Karatê Shotokan e do Taekwondo, bem como as possíveis relações desta com significativas melhorias na qualidade de vida da praticante do sexo feminino. Além disso, pretendemos apontar questões que nos remetem à conquista de um espaço no esporte por parte da mulher, associando a pratica esportiva ao seu cotidiano, cuidando dos filhos e sendo ativa no trabalho. 
Para a realização deste estudo, a metodologia empregada baseou-se numa pesquisa bibliográfica. Utilizou-se o método descritivo da bibliografia com o objetivo de expor as opiniões de diversos autores como Simões (2002) e Funakoshi (2005), entre outros que abordam as questões que envolvem a prática do Karatê Shotokan e do Taekwondo, assim como a participação da mulher nestas artes marciais, tendo como objetivo principal a melhora da qualidade de vida por parte das praticantes. 
Considerando as observações feitas por Simões e Knijnik (2004), as mulheres, numa perspectiva histórica, sempre trilharam por uma estrada construída por intermédio de valores, remetendo-nos a uma reflexão em torno de gênero, raça, e ideologias que têm suas origens relacionadas com a própria história da humanidade. Tal conceito nos leva a afirmar que a presença da mulher no esporte é, nos tempos atuais, uma das temáticas mais discutidas. 

2 A MULHER E A PRÁTICA ESPORTIVA. A QUESTÃO DO GÊNERO

Para que possamos estabelecer uma melhor compreensão acerca da prática do Taekwondo e do Karatê Shotokan por indivíduos do sexo feminino, assim como os possíveis benefícios que a mesma pode trazer às praticantes no que tange a saúde e qualidade de vida, fizemos breve análise da questão do gênero a partir da perspectiva de alguns autores que desenvolveram estudos voltados para este tema.
Numa visão ampla do papel da mulher na sociedade, Beauvoir (1987) conclui que toda história das mulheres foi feita pelos homens. Sendo assim, para a autora, "o problema da mulher sempre foi um problema de homens" (p. 175). A autora afirma que:
A história mostrou-nos que os homens sempre detiveram todos os poderes concretos; desde os primeiros tempos do patriarcado, julgaram útil manter a mulher em estado de dependência; seus códigos estabeleceram-se contra ela; e assim foi que ela se constituiu concretamente como Outro (1987, p. 189).

No entendimento de Verbena e Romero (2003), os papéis sexuais se definem antes do nascimento dos indivíduos, fato que contribui efetivamente para a diferenciação das posturas adequadas tanto para homens como para mulheres. As mesmas autoras observam também que os valores e conceitos estabelecidos sofrem influência do meio, da família e da educação oferecida. Sendo assim, para que haja uma discussão envolvendo a questão do gênero, torna-se necessária a compreensão não apenas do campo sexual, mas também os aspectos educacionais e sociais existentes entre ambos os sexos.
Scott (1995, apud VERBENA & ROMERO, 2003, p. 4) assim observa o termo gênero:
[...] torna-se uma forma de indicar construções culturais - a criação inteiramente social de idéias sobre os papéis adequados aos homens e às mulheres. Trata-se de uma forma de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas de homens e de mulheres. [...] Gênero é, segundo esta definição, uma categoria social imposta sobre um corpo sexuado [...] palavra particularmente útil, pois oferece um meio de distinguir a prática sexual dos papéis sexuais atribuídos às mulheres e aos homens.
A partir das considerações feitas acima, percebemos que a dualidade masculino/feminino, construído em meio às influências sociais e culturais, provoca a transformação do indivíduo em homem ou mulher e transcendem às considerações em nível físico e biológico.
Acerca do esporte, Singer apud Paim (2004) salienta que já se esperou que as mulheres evitassem uma prática ativa de atividades esportivas. Com a introdução do esporte como conteúdo curricular da Educação Física Escolar, segundo Paim, a mulher manteve-se num papel secundário devido ao fato de que era considerada frágil em relação ao homem. Entretanto, ela era vista culturalmente como hábil para as danças e outras artes. 
Na concepção de Mourão (2000) apud Simões e Knijnik (2004), a inserção no meio esportivo por parte da mulher não ocasionou uma redistribuição de território entre homens e mulheres como em outros espaços. Percebemos no âmbito esportivo uma infiltração lenta, sem um discurso de contestação por parte das mulheres, ou seja, ainda não foi constatado no âmbito esportivo um movimento feminino ou feminista.
Para Knijnik (2004, p. 63), a mulher deve se conformar com as normas de gênero hegemônicas presentes na sociedade, as quais engendram relações de poder no cenário esportivo. Relações de poder "que apontam para desigualdades sociais ? notadamente a exclusão, a marginalização e a discriminação da mulher no esporte". E no esporte a diferença de sexo vem à tona, como se esta fosse a única distinção biológica a ser levada em consideração na prática esportiva. 
Isto posto, percebe-se que, assim como na sociedade como um todo, a participação da mulher nas artes marciais está diretamente condicionada à compreensão de que a relação entre ela e o homem deve ser sempre representada de forma natural como a relação entre o ser humano com o ser humano.

3 O TAEKWONDO E SUAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS

O Taekwondo, arte marcial de procedência coreana, tem se popularizado consideravelmente. Segundo Barbosa (2006), a expressão é traduzida como "caminho dos pés e das mãos". A mesma autora observa que esta arte marcial prioriza a agilidade, a coordenação, a capacidade anaeróbica, a potência na aplicação dos golpes, sobretudo de membros inferiores, além da hierarquia, o respeito, a disciplina, a responsabilidade e o equilíbrio físico e emocional.
Sua história e progresso estão intimamente ligados à história da própria Coréia. Neste país, o Taekwondo derivou-se de uma arte marcial de defesa chamada "Subak" ou "Taekkyon", sendo desenvolvido com o objetivo de oferecer um caminho para o treinamento do corpo e mente, sob o nome de "Sonbae". 
Park (2006) apud Vieira e Moreira (2009), observa que o nome Taekwondo foi para lembrar o Taekyon, um estilo de luta que era praticado na Coréia há cerca de 2.000 anos. Desta forma, objetivava-se o patriotismo coreano ao valorizar a tradição do país, em função dos conflitos entre aquele país e o Japão.
O Taekwondo tem como princípios a cortesia (ye ui) com os praticantes e as pessoas; integridade (yom chi), nunca prejudicando terceiros com as nossas ações; perseverança (in nae), ultrapassando a todo tempo as suas limitações; autocontrole (guk gi), muito além do físico deverá ser ainda apto a controlar as seus anseios e emoção, agindo a todo o tempo de forma digna, humilde e leal; espírito indomável (baekjul boolgool), uma arma de motivação para atingir os objetivos com garra, sem receios, pois um espírito determinado a vencer obterá sempre bons resultados.
Para Park (2006) apud Vieira e Moreira (2009), o Taekwondo é uma arte marcial que reúne técnicas de autocontrole, concentração física e mental com técnicas modernas de combate.
Atualmente, a prática do Taekwondo, além da defesa pessoal, prioriza o condicionamento físico e o combate esportivo, em acordo com regras preestabelecidas, além da utilização de equipamentos que visam proteger a integridade física dos praticantes (lAWLER, 1998; SILVA E KIM, 2003; GOULART, 2005 apud BARBOSA, 2006). 
No Taekwondo, as técnicas específicas objetivam, de acordo com o conceito de Barbosa (2006), atacar, bloquear vigorosamente e contra-atacar, aplicando chutes poderosos e rápidos, mas também de manobras evasivas que permitam uma pronta retaliação.

4 O KARATÊ SHOTOKAN E SUAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E FILOSÓFICAS

O Karatê tem suas origens procedentes de métodos de combate sem armas, vindas principalmente da China e da Índia. Em função da própria proximidade em relação a estes países, o Karatê teve "uma grande aceitação na Coréia e em Okinawa , onde ocorreu a modernização destes métodos, resultando no surgimento do Karatê para o mundo" (ALMEIDA, 2008, p. 2).
Segundo registros convencionais, o Karatê desenvolveu-se como uma forma de combate sem armas e era ensinado e praticado pelas famílias aristocráticas para autodefesa individual e coletiva (SASAKI, 2008). Tal arte era ensinada e praticada em segredo, sendo transmitida de geração a geração. 
O Karatê Shotokan é uma arte marcial e um modo de vida que ensina os seus praticantes a como serem pacíficos. Entretanto, se for inevitável o conflito, os verdadeiros ditames Karatê propõem derrubar o oponente com um só golpe. Tal ação requer força, velocidade, foco e controle, sendo estes aspectos práticos considerados apenas como ferramentas. 
No Karatê o corpo, mente e o espírito - "todo o ser" - devem ser desenvolvidos simultaneamente, de forma harmoniosa. Os seus praticantes devem aprender a controlar os movimentos, mas principalmente aprenderem a desistir de controlá-los também, podendo ter a sua técnica específica executada sem pensar (SASAKI, 2008). 
Os praticantes de Karatê, segundo Funakoshi (2005), devem manter a mente distante do egoísmo e da maldade, buscando a pureza de pensamento. Contudo, devem estar sempre alertas para reagirem a qualquer tipo de obstáculo que estiver pela frente.
Atualmente, o Karatê, se tornou um esporte praticado em todo o mundo, por pessoas que almejam uma melhor qualidade de vida ou resultados em competições da modalidade. 

5 ARTES MARCIAIS COMO PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA 

Entendemos que a busca por um corpo saudável pela mulher, não visa apenas a obtenção de uma situação que possa externar uma aparência dominantemente feminina. As lutas como Taekwondo e o Karatê Shotokan, individualmente masculinizadas, acabam tornando referências para mulheres que objetivam a perda de peso e avanço no condicionamento físico e mental. 
O ser humano requer movimento, onde os resultados obtidos com um mínimo de exercícios são grandes e os benefícios incalculáveis. Sendo assim, percebemos que os maiores benefícios de uma boa aptidão física sejam a saúde e o grau de independência que ela proporciona.
O termo qualidade de vida carece, em termos conceituais, de uma maior sistematização (PRISTA, 2006), pois se trata de um fenômeno estritamente cultural e individual. Prista apresenta uma abrangente definição deste fenômeno, que o apresenta como algo muito mais do que ter atendidas as necessidades básicas da sobrevivência, como alimentação, vestuário, trabalho e moradia. Segundo o referido autor, a qualidade de vida implica em se ter saúde física e mental, relações sociais harmoniosas e construtivas, educação permanente, relacionamento respeitoso com o meio ambiente e tempo livre para o lazer.
Amartya Sen apud Herculano (2000) define qualidade de vida a partir de dois conceitos: capacitação, que representa as possíveis combinações de coisas que uma pessoa está apta a fazer ou ser, e funcionalidades, que representa partes do estado de uma pessoa - as várias coisas que ela faz ou é. Assim, a capacitação reflete, em cada pessoa, as combinações alternativas de funcionalidades que esta pessoa pode conseguir. Desta forma, a qualidade de vida pode ser avaliada em termos da capacitação para alcançar funcionalidades, tais como as funcionalidades elementares e as que envolvem auto-respeito e integração social.
Evidências a partir de estudos realizados permitem a afirmação de que a atividade física, em volume e intensidade compatíveis com a capacidade do praticante, é plenamente benéfica no que tange à obtenção de uma boa qualidade de vida (BOUCHARD; RANKINEM apud PRISTA, 2006). 
O conceito de qualidade de vida pode ser aplicado à prática de atividades físicas, porém, é importante enfatizar que tal prática em qualquer dimensão, mesmo reconhecendo a sua importância neste contexto, não deve abandonada a sua relação com o cumprimento de funções sociais, formativas e educativas (ASSIS, 2005). 
Devemos refletir quanto à possibilidade de associação do sedentarismo a uma diminuição da qualidade de vida por parte da mulher. E é neste contexto que pode ser entendida a utilização de atividades físicas como fator de qualidade de vida. Segundo Prista (2006), tal prática deve corresponder de fato à melhoria da vida dos indivíduos em sua plenitude, não devendo apenas limitar-se a aspectos parciais, como por exemplo, o desenvolvimento puro e simples de fundamentos básicos específicos de qualquer modalidade esportiva, aqui especificamente em se tratando do Karatê Shotokan e o Taekwondo.
De acordo com Vianna (2008) Karatê e o Taekwondo são atividades que auxiliam no desenvolvimento integral dos praticantes, ao mesmo tempo em que atuam na manutenção da saúde. O nível de intensidade e a complexidade das técnicas praticadas podem variar conforme a idade, gênero e outras dificuldades e potencialidades dos praticantes, não se restringindo a um perfil preestabelecido. 
Para Netto (2007) a qualidade de vida é notável e os melhoramentos decorrentes da prática de atividades físicas, sobretudo se devidamente dirigidos. O Karatê Shotokan e o Taekwondo podem alcançar o objetivo feminino, de forma criativa, esquivando o hábito formal das aulas de ginástica e ainda proporcionando ao praticante a aquisição de conhecimentos técnicos. Além de oferecer conhecimentos na área de autodefesa, as lutas oferecem melhora a resistência muscular com conseqüente ganho de estética corporal: um corpo mais bonito e harmônico.
Acerca da prática de artes marciais com o intuito de obtenção de qualidade de vida, Souza e Alencar (2007, p. 6) afirmam que: 

É muito mais que uma atividade física, é um modo de vida que desenvolve o corpo, a mente, a disciplina, a concentração e a hierarquia através de sua filosofia, dando segurança e confiança ao praticante, sendo também considerada uma arte de guerrear. Aprimora o caráter e a personalidade, desenvolve o autocontrole, o equilíbrio emocional e auto-estima proporcionando uma qualidade de vida.

Netto (2007) ainda aponta que alguns professores de ginástica vêm utilizando em suas aulas, movimentos próprios de artes marciais, muito provavelmente sem o conhecimento técnico e fundamentos essenciais à sua execução.
Vianna (2008) acrescenta que as artes marciais são uma referência de atividade que auxilia no desenvolvimento total dos praticantes, que atua simultaneamente na conservação da qualidade de vida. O nível de intensidade e a complexidade das técnicas praticadas podem variar conforme a idade e potencialidades dos praticantes, não se restringindo a um perfil preestabelecido.
Diante disto, abrangemos o pensamento que com a integração do Taekwondo e Karatê Shotokan no cotidiano feminino está diretamente ligado a qualidade de vida. No caso da participação da mulher nestas artes marciais, podemos considerar o estudo de Vieira e Moreira (2009) afirmando que o maior interesse pelas lutas no sexo feminino se dá devido à exposição pela mídia que vem ampliando o interesse das mulheres nas lutas e nos campeonatos. 
Para Ferretti e Knijnik apud Vianna (2008), a porcentagem de esportista do sexo feminino nas lutas esta cada vez maior, pois as mulheres estão a cada dia buscando o seu espaço dentro da sociedade.
Sendo assim, abrimos espaço para a discussão acerca da possibilidade de as lutas proporcionarem várias condições de participação dentro do esporte, indiferente de sexo e idade. 


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o aumento da busca por esportes de lutas pelas mulheres, o nosso artigo buscou estudar a relação do Karatê Shotokan e Taekwondo com a qualidade de vida em relação às mulheres.
Entende-se que a inserção das artes marciais no cotidiano feminino não se prende somente em busca de um corpo-modelo imposto pela mídia. Objetiva-se também o conhecimento da filosofia da arte, do desempenho a ser alcançado, da arte como esporte e em relação à defesa pessoal.
Vimos que as mulheres, acompanhando uma inserção nas mais diversas áreas de âmbito social, o fazem também em relação às artes marciais. No cenário esportivo, a busca por resultados em competições e uma melhor qualidade de vida a partir da prática esportiva vem fazendo com que a imagem do ser frágil e vulnerável que e mulher carrega diminua consideravelmente, sem a necessidade de abrir mão da feminilidade. 
Entendemos que por intermédio dos esportes de lutas Karatê Shotokan e Taekwondo, desenvolve-se agilidade, coordenação e capacidade anaeróbica, o que contribui pra o desenvolvimento dos conceitos de qualidade de vida, além de condutas como o respeito, disciplina, responsabilidades e o equilíbrio físico e emocional por meio da filosofia oriental.
Poucas atividades proporcionam a liberdade e riqueza de movimentos que as artes marciais, pois além de bem estar psíquico, ela melhora a concentração, além da percepção espacial e a lateralidade, tornando a mulher praticante mais confiante e segura para enfrentar problemas que fazem parte do seu cotidiano.
Podemos perceber que as mulheres vêm procurando conseguir benefícios não somente para o desenvolvimento corporal, mas em relação à defesa pessoal.
Sendo assim, é a melhoria da qualidade de vida que representa um dos agentes primordiais que induzem a mulher à procura dos conhecimentos pautados às artes marciais assim como nas outras possibilidades de prática de atividades físicas.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA Ruyter da Costa. A influência do karatê no desenvolvimento motrício em crianças. 2008. Disponível em: <www.uniandrade.com.br/links/menu3/publicacoes/.../artigocientifico.pdf>. Acesso em: 03 Abril 2011.
ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. 2 ed. Campinas: Autores Associados, 2005.
BARBOSA, Theolis. Taekwondo e criatividade: uma discussão à luz de Domenico de Mais. 2006. Disponível em: <www.faculdadesocial.edu.br/dialogospossiveis/.../12dp_theolis.pdf>. Acesso em: 20 Dez. 2010.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. São Paulo: Nova Fronteira, 1987.
FUNAKOSHI, Gichin. O meu modo de vida. São Paulo: Editora cultrix, 2003.
______. Os vinte princípios fundamentais do Karatê. São Paulo: Editora Cultrix, 2005.
HERCULANO, Selene. A qualidade de vida e seus indicadores. 2000. Disponível em: <http://www.ivt-rj.net/ivt/bibli/Herculano.pdf>. Acesso em: 26 Março 2011. 
NETTO, Luis Alves. Artes marciais como expressão corporal e qualidade de vida. 2007. Disponível em: <http://cev.org.br/biblioteca/artes-marciais-como-expressao-corporal-qualidade-vida>. Acesso em: 26 Março 2011.
PAIM, Maria Cristina Chimelo. Visões estereotipadas sobre a mulher no esporte. 2004. Disponível em:<http://www.efdeportes.com/efd75/mulher.htm>. Acesso em: 29 Março 2011.
PRISTA, Antônio. Desporto: saúde e qualidade de vida. In Tani, Go; Bento, José Olímpio; Petersen, Ricardo Demétrio de Souza. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
SASAKI, Yasuyki. Karatê shotokan. São Paulo: Edusp, 2008.
SIMÕES, Antônio Carlos. Mulher e esporte: mitos e verdades. São Paulo: Manole, 2002.
______; KNIJNIK, Jorge. O mundo psicossocial da mulher no esporte. São Paulo: Aleph, 2004.
SOUSA, Smayk Barbosa; ALENCAR, Joelma Monteiro. As artes marciais como uma forma de lazer. 2007. Disponível em: <http://www. unimusashi.com.br/artigos/as_artes_marciais_como_uma_Forma_de_lazer.pdf>. Acesso em 26 Março 2011.
VERBENA, Eliete do Carmo Garcia; ROMERO, Elaine. As relações de gênero no esporte por discentes da rede pública municipal de Juiz de Fora. 2003. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2812/1427>. Acesso em: 30 Março 2011.
VIANNA, José Antônio. Karatê: da arte marcial à qualidade de vida. 2008. Disponível em: <http://boletimef.org/biblioteca/2150/Karate-da-arte-marcial-a-qualidade-de-vida>. Acesso em: 26 Março 2011. 
VIEIRA, Claudiomar Antônio; MOREIRA, Vitor César. Os benefícios da prática do taekwondo para crianças e adolescentes. 2009. Disponível em: <boletimef.org/.../Os-beneficios-da-pratica-do-taekwondo-para-criancas-e- adolescentes>. Acesso em: 20 Dez. 2010.


Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/as-mulheres-e-as-artes-marciais-o-karate-shotokan-e-o-taekwondo-como-promocao-da-qualidade-de-vida/69338/#ixzz3pbUaBOuN


O TAEKWONDO COMO QUALIDADE DE VIDA
“Viver é muito perigoso”. Cada vez mais esta afirmação se mostra verdadeira em uma época de muitas incertezas, sem parâmetros e descontrole de grande desafio para qualquer ser humano. Fala-se, cada vez com maior freqüência, na complexa interação mente-corpo onde o stress ocupa lugar sutil dessa interação.
Assim, o Taekwondo tornou-se uma modalidade de referencia, proporcionando aos praticantes, entre eles, crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os gêneros uma maneira de compensar as tarefas diárias como o estudo, o trabalho, deveres de casa, relacionamentos entre outros fatores. Com o treinamento diário o aluno adquire um bom condicionamento físico evitando assim doenças como o diabetes, a hipertensão e o stress.
O Mestre Harley Ventura revela que com o treinamento o aluno passa a observar seus sinais de alerta, agindo a partir deles. Com a respiração, concentração e meditação, o aluno fica menos agitado. As situações de combate devem ser resolvidas no tatame, isto é, não se deve levar nada pra casa. Para um equilíbrio físico e mental, a orientação é uma alimentação saudável e o cultivo de valores morais e éticos, o respeito ao próximo.
Toda a composição do Taekwondo envolvida nos treinamentos como: movimentos básicos, formas básicas, luta combinada, defesa pessoal, demonstração e competição complementam o aprendizado proporcionando autocontrole, paciência, autoconfiança, persistência entre outros, que são transportados para o dia-a-dia do aluno fazendo com que o mesmo sinta-se mais seguro de seus atos, justo e feliz.
As aulas de Taekwondo acontecem diariamente no período da manhã, tarde e noite com duração de 60 minutos e horários diferenciados para atender as diversas faixas etárias.
Venha fazer uma aula experimental, sem compromisso. Conheça uma modalidade olímpica que traz em seu lema a tradição, disciplina e hierarquia – viva em harmonia.


Mestre Harley Ventura – 6º DAN
Licenciado em Educação Física


Exercícios e Transtornos Emocionais

A partir da década de 70 surgem as primeiras pesquisas relacionando os exercícios com as emoções.
Temas Livres |

Sempre se ouve dizer que exercícios físicos “fazem bem”. Trata-se de uma afirmaçãopopularmente sabida, mas será cientificamente comprovada? A primeira questão é saber o que, exatamente, significa esse “faz bem”? Bem para o que, como?
Sem base científica poderíamos colocar os exercícios na lista das coisas que popularmente “fazem bem”, junto com o guaraná em pó, brócolis, clorofila, ioga, chá de alho, etc, etc. São critérios intuitivos, muito apreciados pelo conhecimento popular, às vezes simples frutos de modismo.
De fato os exercícios físicos têm um efeito fascinante na população geral. Em pesquisa com estudantes universitários do campus da UNESP de Bauru, através de um website de saúde, entre os hábitos de vida considerados mais prejudiciais foram citados, em ordem decrescente a má alimentação, uso de bebidas alcoólicas, sedentarismo, dormir mal e fumar. Por outro lado, como hábitos saudáveis a prática regular de exercícios físicos aparece em primeiro lugar, apontado por 42% dos estudantes.
O interesse da psiquiatria em relação aos exercícios físicos é estudar sua influência na saúde emocional. Foi a partir da década de 1970 que surgiram os primeiros trabalhos científicos sobre a influência do exercício aeróbio no estado de humor e na ansiedade. Depois disso outras pesquisas surgiram em relação a temas psiquiátricos variados.
Transtornos de Humor e Exercícios 
Tem sido preconizado que a prática sistemática de exercício físico está associada a menor ocorrência de sintomas depressivos ou de ansiedade. Entre pessoas consideradas depressivas e/ou ansiosas a adoção de programas de exercício físico regulares tem se mostrado eficaz na redução dos sintomas (Grosz).
Porque e como os exercícios podem melhorar os transtornos de humor tem sido pesquisado. Saber se esses exercícios devem ser aeróbios ou de força, se a melhora é temporária ou duradoura depois de um programa de treinamento tem sido preocupação dos pesquisadores.
Marco Túlio de Mello e cols fazem uma revisão sobre o assunto. Citam os experimentos de Morgan, que avaliou 15 homens adultos depois de correrem por 15 minutos. A ansiedade diminuía abaixo da linha basal imediatamente após a corrida e permanecia diminuída por 20 minutos. Seis homens com ansiedade patológica e seis normais foram testados, antes e durante o teste completo, em esteira ergométrica até à exaustão, e os resultados demonstraram uma redução nos escores de ansiedade.
Os trabalhos de O’Connor mostraram que os efeitos dos exercícios sobre a ansiedade dependem do nível de ansiedade que a pessoa tinha antes de começar o exercício e diminuem depois de 10-15 minutos que o exercício terminou.
A eficácia do exercício físico sobre sintomas depressivos também tem sido relatada. Resultados têm mostrado que o exercício aeróbio melhora a aptidão e diminui sintomas depressivos, principalmente se são aplicados programas prolongados e regulares, como por exemplo, durante 12 semanas. Esta melhora pode ser resultado tanto de mecanismos fisiológicos, quanto comportamentais associados com exercício aeróbio.
O estudo de Lopes mostrou os efeitos de oito semanas de exercício físico aeróbio nos níveis de serotonina e depressão em mulheres entre 50 e 72 anos. Os resultados indicaram que a relação entre exercício físico e mobilização de gordura corporal proporciona uma melhora nos estados de humor.
Florindo Stella têm um trabalho interessante sobre a utilização de exercícios físicos no tratamento da depressão em idosos. Para o autor o exercício físico, em particular o chamado aeróbio, realizado com intensidade moderada e de longa duração (a partir de 30 minutos), propicia alívio do estresse ou tensão devido ao aumento da taxa de um conjunto de hormônios denominados endorfinas. Essas endorfinas são substâncias elaboradas pelo próprio Sistema Nervoso Central e agem aliviando o impacto  estressor do ambiente, assim previnem ou reduzem transtornos depressivos, conforme se comprova por vários estudos.
Blumenthal têm um interessante trabalho com 156 idosos, todos portadores de desordem depressiva comprovado por escala de Hamilton e com duração de 4 meses. Esses idosos foram divididos em três grupos: Um grupo tratado com medicamento (GM), no caso o antidepressivo cloridrato de sertralina (inibidor seletivo de recaptura de serotonina); um grupo tratado com exercício (GE) na intensidade de 70 a 85% da frequência cardíaca de reserva e com duração de 45 minutos (10 minutos de aquecimento; 30 minutos pedalando ou andando forçadamente ou correndo levemente; 5 minutos de volta à calma), com 3 sessões semanais, e um terceiro grupo combinado (GC), tratado com medicamento associado ao exercício.
Depois de 16 semanas, os três grupos apresentaram resultados semelhantes, com redução dos níveis de depressão. Apesar dos pacientes com medicamento terem mostrado uma resposta inicial mais rápida, os autores concluíram que a atividade física regular deve ser considerada uma alternativa não-farmacológica para o tratamento do transtorno depressivo em idosos. Este mesmo GE foi acompanhado durante seis meses seguintes, concluindo-se, ao final, que foi o grupo com menores taxas de recaída, menores inclusive que as pessoas do GM. Essas pesquisas mostram que a atividade física regular deve ser considerada como uma alternativa não-farmacológica do tratamento do transtorno depressivo.
Esporte e Ansiedade
O esporte, em especial o esporte competitivo, é sinônimo de situações de avaliação comparativa (pelos outros e por si mesmo), de objetivos competitivos a alcançar, de desafios, de rivalidades, de expectativas, e de uma série de outros fatores associados, como por exemplo, de prestígio, de dinheiro, autoestima, admiração social, reconhecimento, etc.
Todas estas situações acabam gerando nos atletas estados emocionais e somáticos complexos, próprios de cada pessoalidade.
Essas vivências esportivas obedecem a pessoalidade de cada atleta e a carga afetiva colocada na competição. Tudo isso acabas provocando reações emocionais atuais ou antecipatórias, tais como a ansiedade, estresse, medo, insegurança, depressão, angústia, etc.
A prática clínica e as pesquisas mostram que o rendimento esportivo tem íntima relação com o estresse ou ansiedade. E esta pode ser uma reação ao esforço do atleta para enfrentar desafios. Zaichkowsky, por sua vez, parte do princípio que este estado global do organismo pode representar uma tripla ação: a ativação fisiológica, a resposta comportamental e a resposta emocional.
O importante é ter a noção de ansiedade e nervosismo associados à necessidade de superar obstáculos e conquistar objetivos. Qualquer pessoa experimenta certa ansiedade diante dos desafios do esporte. Trata-se da ansiedade momentânea e circunstancial, fisiológica e necessária para o indivíduo se adaptar a uma determinada exigência. Algumas pessoas têm, além dessa ansiedade fisiológica, uma dose de ansiedade exagerada e que compromete o desempenho esportivo. Trata-se da Ansiedade Patológica, a qual pode ser uma característica de determinadas pessoas naturalmente ansiosas.
Alguns atletas acham que o excesso de ansiedade acaba prejudicando o desempenho. Ao mesmo tempo, acham que a ansiedade fisiológica e habitual pode estimular positivamente a combatividade.
A ansiedade é uma atitude fisiológica responsável pela adaptação do organismo às situações novas, onde se encaixam bem as situações do esporte competitivo. Diante de situações de competição o desempenho físico faz coisas extraordinárias, façanhas que normalmente não seríamos capazes de fazer em situações não-competitivas. A maior parte deste desempenho melhorado deve-se à ansiedade, porém, embora ela favoreça o desempenho e a adaptação, ela o faz somente até certo ponto, até que nosso organismo atinja um máximo de eficiência.
A partir de um determinado ponto a ansiedade, ao invés de contribuir para a adaptação, resultará exatamente no contrário, ou seja, na falência da capacidade adaptativa. Nesse ponto crítico, onde a ansiedade excessiva e não favoreceu a adaptação é que ocorre o esgotamento da capacidade adaptativa.


 Ansiedade
Vejamos ao lado, a ilustração de um gráfico ilustrativo, onde teríamos um aumento da adaptação proporcional ao aumento da ansiedade até um ponto máximo, com plena capacidade adaptativa. A partir desse ponto, embora a ansiedade continue aumentando, o desempenho ou adaptação cai vertiginosamente, assim sendo, ao invés da ansiedade melhorar a performance, acaba por compromete-la.


Em nossos ancestrais o mecanismo do estresse foi destinado à sobrevivência diante de perigos concretos e próprios da luta pela vida como, por exemplo, era o caso das ameaças de animais ferozes, das guerras tribais, das intempéries climáticas, da busca pelo alimento, da luta pelo espaço geográfico, etc.
Apesar das ameaças concretas à sobrevivência não existirem mais no ser humano moderno com a mesma intensidade de outrora, o equipamento biológico da ansiedade continuou existindo sempre ao longo de nossa história.
Hoje em dia, mesmo fora do mundo dos esportes, o ser humano coloca-se em estado de alerta diante da competitividade e a segurança sociais, da competência profissional, da sobrevivência econômica, das perspectivas futuras e de mais uma infinidade de ameaças abstratas ou concretas, enfim, toda solicitação da vida social passou a ter o mesmo significado de ameaça e de perigo que as questões de pura sobrevivência da vida animal que ameaçavam nossos ancestrais.
Se, em épocas primitivas o coração palpitava, a respiração ofegava e a pele transpirava diante de um animal feroz, se os humanoides ficavam  estressados diante da invasão de um bando ou tribo inimiga, hoje em dia o coração do ser humano moderno bate mais forte diante das exigências adaptativas da vida em sociedade, onde se incluem até os desafios do esporte competitivo.
Os dois tipos de ansiedade e o esporte
Baseado em um gráfico em forma de U invertido Hardy (1991) idealizou a teoria da catástrofe na relação ansiedade-rendimento (figura 1). Segundo o autor, o modelo da catástrofe considera a interação entre a ansiedade e a ativação fisiológica que contribui para melhorar o rendimento. Quando o nível de ansiedade é alto e exagerado, observa-se uma relação do tipo “catástrofe”, com deterioração brusca e catastrófica do rendimento.
Classicamente se considera a ansiedade excessiva um fator negativo para o rendimento do atleta, e opiniões dos próprios atletas sobre esse aspecto são mais bastante evidentes, principalmente a ansiedade relacionada às expectativas de êxito por parte do próprio esportista ou de seu empenho para satisfazer a expectativa dos demais sobre sua vitória.
No esporte, é bastante didática a separação da ansiedade em dois tipos, proposta por Martens (1990); a ansiedade cognitiva e a ansiedade somática, as quais não teriam a mesma influência no rendimento do atleta. Esse autor acha que o rendimento cairia quando a ansiedade cognitiva aumenta e, pelo contrário, melhoraria quando a ansiedade somática aumenta moderadamente, mas igualmente diminuindo quando esta última também é intensa.
A ansiedade somática, que surge no momento da competição e envolve a participação do organismo como um todo, colocando-o em estado de alerta e resultando no aumento dos níveis de adrenalina e cortisol, é responsável pelo aumento do desempenho do atleta.
Um elevado nível de ativação através da ansiedade somática é essencial para as atividades globais que requerem rapidez, resistência física e força, como por exemplo, nos jogos de futebol, basquete, lutas corporais, corridas, braço de ferro, natação, etc. Entretanto, um nível elevado de ansiedade somática seria negativo para habilidades complexas que exigem movimentos musculares finos, coordenação, concentração e equilíbrio.
A ansiedade cognitiva, por sua vez, que surge mais precocemente ao aproximar-se de uma competição e permanecer em alto nível, é determinada pela sensação emocional de apreensão e tenacidade psíquica. Este tipo de ansiedade, quando aumentada, produziria efeitos negativos nas atividades esportivas que requerem maior concentração, estratégia e agilidade psicomotora fina, como por exemplo, no xadrez, sinuca, golfe, tiro ao alvo, dança, etc.
De um modo geral ambos tipos de ansiedade podem estar presentes em um mesmo atleta, predominando um tipo ou outro, dependendo do tipo de esporte e/ou do tipo de pessoalidade.
Por fim existe um outro fator no comprometimento do rendimento do atleta associado às ansiedades somática e cognitiva. Trata-se do estado afetivo e sua consequência direta e imediata: a autoconfiança. A autoconfiança positiva parece estar ligada à melhora do rendimento, principalmente porque parece ser o oposto da ansiedade cognitiva.
O estado afetivo ou a afetividade compreende o estado de ânimo, os sentimentos, as emoções e as paixões e reflete sempre a capacidade de experimentar sentimentos e emoções. A afetividade é que determina a atitude geral da pessoa diante de qualquer experiência vivencial, promove os impulsos motivadores e inibidores, percebe os fatos de maneira agradável ou sofrível, confere uma disposição indiferente ou entusiasmada e determina sentimentos que oscilam entre dois polos, a depressão e a euforia.
A afetividade modela o modo de relação do indivíduo com a vida e será através dessa lente afetiva que a pessoa perceberá o mundo e a realidade desta ou daquela maneira. Direta ou indiretamente a afetividade exerce profunda influência sobre o pensamento e sobre toda a conduta do indivíduo.
A autoestima está seriamente comprometida em estados afetivos depressivos e, consequentemente, o rendimento esportivo de atletas depressivos está seriamente prejudicado. Há, inclusive, uma forte tendência em associar a ansiedade aos estados depressivos. 
Dependência Química, Alcoolismo e Exercícios  
Existem vários estudos sobre dependência e uso de drogas no Brasil e um deles, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), entidade ligada à Escola Paulista de Medicina, mostrou que a maconha era consumida por quase 7% da população e a cocaína por cerca de 2% dos brasileiros.
Contudo, além dessas substâncias, digamos, ilegais, a pesquisa realçava o gravíssimo problema das drogas legalizadas, ou seja, do álcool, tabaco, ansiolíticos e anfetaminas ou inibidores do apetite. O álcool, por exemplo, de acordo com o Cebrid, em pesquisa de 2004, é consumido por quase 70% dos brasileiros entre 12 e 65 anos de idade.
Um outro levantamento sobre o uso de drogas psicotrópicas, realizado em 2001 pela Universidade Federal de São Paulo (1º. Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas) mostrou que, no caso do cigarro, de 25% a 35% dos adultos dependem da nicotina. A prevalência da dependência de álcool no Brasil é de 17,1% entre os homens e de 5,7% entre as mulheres, segundo esse estudo (Carlini).


Quase 20% dos entrevistados já haviam experimentado alguma droga que não álcool ou tabaco e, entre elas, destacaram-se a maconha, com 6,9% de prevalência, 5,8% para os solventes e 2,3% para a cocaína. Nos últimos 10 anos, houve uma mudança no consumo da cocaína, diminuiu o número de usuários da cocaína injetável e aumentou a quantidade de usuários do crack, que é uma forma mais agressiva ao sistema nervoso central da cocaína. Além disso, o crack gera uma dependência grave, mais rapidamente e de difícil tratamento.
O tratamento médico da dependência química é complicado, normalmente multidisciplinar e individualizado caso-a-caso. Por se tratar de uma doença crônica, os resultados de seu tratamento são semelhantes aos de outras doenças crônicas, como por exemplo, a asma, hipertensão, diabetes e outras.
Muitas vezes, o procedimento médico é simultaneamente indispensável e insuficiente para o tratamento da dependência química e outras medidas devem ser adotadas. Entre elas a prática de exercícios físicos é sabidamente recomendada. O condicionamento físico do dependente químico e do alcoolista objetiva a eliminação das toxinas, a busca de um melhor relacionamento social, o estímulo para o lazer, o resgate da autoestima e a melhoria das condições musculoesqueléticas e cardiocirculatórias.
De modo geral, durante o tratamento da dependência química as recaídas são frequentes e nos primeiros seis meses 50% dos pacientes volta ao vício, no primeiro ano esse número beira desanimadores 90%. Mesmo assim as altas taxas de recaída da dependência não invalidam as iniciativas de tratamento, sendo um dos fatores mais importantes para o sucesso do tratamento a conscientização da natureza patológica da dependência.


Influências sobre o Rendimento do Atleta
Muitos estudos se interessam pelo desempenho de Coping, ou pela performance do atleta em relação às influências do meio, das condições de treinamento, da autoconfiança ou do sentimento de se sentir preparado, pressionado e/ou cobrado para a competição. A maioria dos estudos procura diferenciar os esportistas com uma prática intensa e de bom nível, daqueles cuja prática é mais esporádica e o nível de preparo menos primoroso, em outras palavras, diferencia os profissionais das outras pessoas.
Os autores reconhecem a grande influência sobre o desempenho do atleta, não apenas dos fatores diretamente relacionados ao esporte e à competição em si, mas dos fatores que estão além destes, ou seja, que dizem respeito às circunstâncias sócio-emocionais que envolvem o atleta e a competição. De modo geral tais fatores podem ser resumidos em mecanismos psicológicos ligados à mecanismos pessoais ou constitucionais (personalidade e vocações inatas), à situação da competição em si (conscientes e ativos) e circunstanciais (do entorno social), vistos abaixo.
1 - Fatores Pessoais e Constitucionais
Nenhum ser humano mostrará Traços que já não existam em outros indivíduos, como uma espécie de patrimônio do ser humano, ou seja, à todos indivíduos de uma mesma espécie são atribuídos os traços característicos dessa espécie. Entretanto, a combinação individual desses Traços em proporções variadas numa determinada pessoa caracterizará sua Personalidade ou sua maneira de ser.
O senso comum de um sistema sócio-cultural costuma elaborar uma relação muito extensa de adjetivos utilizados para a argüição dos indivíduos deste sistema: sincero, honesto, compreensivo, inteligente, cálido, amigável, ambiciosos, pontual, tolerante, irritável, responsável, calmo, artístico, científico, ordeiro, religiosos, falador, excitado, moderado, calado, corajosos, cauteloso, impulsivo, oportunista, radical, pessimista, e por aí afora. Podemos considerar Traço Predominante da pessoa em apreço a característica que melhor à define, como se, entre tantos traços tipicamente e caracteristicamente humanos, este traço específico predominasse sobre os demais.
Pois bem. É exatamente a predominância de alguns traços e a atenuação de outros que acaba por constituir a pessoalidade de cada um. Enfim, é como se o artista conseguisse extrair uma cor única e muito pessoal misturando uma série de cores básicas encontradas em todas as lojas de tintas. Como os traços básicos do ser humano são infinitamente mais numerosos que as cores básicas do exemplo, as combinações entre esses traços serão infinitas, fazendo disso a infinita diversidade de pessoalidades.
A combinação dos Traços resultará uma unidade funcional humana completamente distinta de todas os demais. É difícil pensar nestes Traços de outra forma, senão como uma certa inclinação inata submetida à influência agravante ou atenuante do meio, inclinação esta, responsável pela maneira como a pessoa se apresentará ao mundo ou ao convívio gregário.
Entre os fatores constitucionais, um forte traço de ansiedade na pessoalidade, entendido como uma predisposição de sensibilidade inata para perceber certos estímulos como ameaçadores, é um fator preditivo para estados exagerados de ansiedade, cognitiva e somática, estimulados pela competição.
Quando o traço de ansiedade é suficiente para fazer com que essa emoção seja somatizada, ou seja, se transforme em problemas orgânicos ou físicos (hipertensão, gastrites, diarréia crônica, vômitos, urticária, etc), talvez os esportes individuais ou não-competitivos fossem mais bem indicados.
Pessoas com baixo limiar de tolerância às frustrações também são muito problemáticas em relação aos esportes competitivos. Esse traço, de baixo limiar de tolerância às frustrações, aparece desde cedo no desenvolvimento da pessoa, caracterizando-as como crianças birrentas, “nervosas”, teatrais, exigentes sobre suas pretenções. Dependendo do grau de intolerâncias às frustrações, pessoalidades com este traço podem contra-indicar esportes competitivos ou tornam-se atletas pouco éticos.
Laurent (1999) considera os fatores constitucionais dirigidos segundo duas orientaçõe: pelo rendimento e/ou pelo controle, ou seja, dirigido pela carga afetiva que a tarefa da competição impõe ou pelo Ego do atleta.

 Motivações do atleta distinguindo três objetivos
1 - O atleta pode perseguir seu objetivo e demostrar assim sua capacidade. O fato de buscar um rendimento desejável (ou desejado) não está necessariamente ligado ao aumento da ansiedade cognitiva, mas está sim, ligado ao aumento da motivação.
2 – Pode, por medo, evitar o risco de mostrar sua eventual incompetência. A evitação do risco pode levar ao aumento da ansiedade cognitiva e diminuição da motivação e do rendimento.
3 – Pode, ainda, tentar dominar seu compromisso com a competição ou esporte através do domínio da disciplina e da técnica. O dominio da disciplina diminui a ansiedade cognitiva e aumenta a motivação.
2 - Personalidade do esportista vencedor 
Pode-se afirmar que existe uma relação entre a pessoalidade da pessoa e sua opção ou escolha para a prática deste ou daquele esporte. A grande divisão ou classificação poderia ser feita considerando aquelas pessoas voltadas para os esportes competitivos e as outras, para os não-competitivos.
1. - Esporte e Ansiedade
Entre essas atividades esportivas teríamos ainda que classificar pessoas voltadas para esportes competitivos de esforço físico, de resistência, de estratégia, etc. Assim como, entre os não-competitivos, teríamos aqueles voltados ao condicionamento de resistência, de força, de habilidade, de persistência, etc. Enfim, como vemos, no esporte descortina-se todo um universo de atividades que atenderiam igual universo de vocações, inclinações e pessoalidades.
Apesar das dificuldades e da complexidade de pesquisas na relação entre o esporte e a pessoalidade, o que se pretende pesquisar são os traços da pessoalidade do esportista (e não sua patologia). Algumas pesquisas comparam a pessoalidade de atletas vitoriosos com atletas que fracassam. Morgam (1987) diz que os atletas vitoriosos respondem, mais freqüentemente, ao perfil denominado iceberg profile.
Esta característica iceberg profile não se trataria de uma pessoalidade particularmente “fria”, mas de um modelo definido por Morgam e caracterizado por atitudes dirigidas para se conseguir evitar, com sucesso, momentos de neurose, depressão, fatiga, confusão e ira, e de se manter orientado por normas que dizem respeito ao vigor, ao sucesso, à vitória e à outros valores culturalmente preconizados (conduta espartana).
Fala-se em iceberg profile porque todos os traços negativos se encontram ocultos ou submersos, enquanto sobressai um único traço positivo (dirigidos à conduta vitoriosa e exemplar) visivelmente por cima. Os atletas que possuem este perfil costumam estar mais concentrados que os outros em suas metas, adaptam-se às circunstancias adversas com maior facilidade, mantêm excelente nível de autoconfiança, enfrentam eficazmente a tensão e elaboram planos detalhados para a conquista das metas.
Sobre isso, Ommundsem (1999) estudou 136 atletas jovens e constatou que a percepção da própria capacidade esportiva boa diminui a ansiedade durante a competição. Atletas mais autoconfiantes experimentaram menos ansiedade somática que aqueles que duvidavam de suas propias aptidões.
As eventuais conseqüências da pessoa iceberg profile seriam aquelas relacionadas à frustração diante de sua não-vitória, frustrações diante da não-vitória de seus alunos, filhos ou mesmo de seus ídolos. Seriam ainda as frustrações (evidentemente, seguidas de depressão) decorrentes do envelhecimento, já que ninguém consegue se manter indefinidamente com a mesma vitalidade.
Gould (1988) e Hardy (1996) consideram que os esportistas de alto nível (profissionais) têem muitos e complexos objetivos implicados na vitória estabelecidos pelo ego, e suas motivações podem se basear na realização de uma satisfação narcisista. Algumas vezes a busca desses objetivos pode ser considerada como uma estrategia adaptativa para combater uma situação de ansiedade determinada por um ego carente de autoafirmação.
3 - Fatores Ligados à Competição em SiPara muitos autores, o nível de treinamento, a habilidade (perícia) e o histórico de vitórias anteriores aumentam a sensação de autoconfiança dos atletas e tendem a diminuir sua ansiedade cognitiva e somática que se observa no período pré-competição. SegundoChapmam (1997), os competidores que ganham mais vezes mostram, de 2 a 1 hora antes da competição (competitive stateanxiety inventory) uma maior autoconfiança que aqueles que perdem mais.
Pantedilis (1997) reconhece que em um jovem tenista de 11 anos parece não haver diferença entre o nível de ansiedade gerado na situação de competição e a ansiedade do treinamentob. Martens (1990), por sua vez, observa que o nível de ansiedade é mais alto nos esportistas jovens, em particular os pré-adolescentes, que em outras idades.
Os jovens esportistas com pouca experiência quando entram em competições de alto nível, por estarem conscientes do que está em jogo, manifiestam uma ansiedade competitiva mais alta que os esportistas de mais idade ou com mais experiência. De modo geral, os autores sustentam a hipótese de que, na medida em que as pessoas não se sentem ameaçadas em sua autoestima pela competição, manifiestam menos ansiedade.
Outro diferencial no grau de ansiedade determinado pelo esporte, mais precisamente pela competição, diz repeito ao fato do tipo de esporte ser coletivo ou individual. Kirkbydemonstra que a prática de um esporte coletivo ou de um esporte individual influi na ansiedade. Ele submeteu 235 atletas chineses a uma escala de ansiedade (competitive state anxiety inventory-2 de Martens) pouco antes de competições importantes (corrida e partida de basquete).
Os atletas que participam individualmente (independente do sexo) apresentaram pontuações muito mais altas na escala de ansiedade somática e de autoconfiança que aqueles que praticam esportes em equipe (Kirkby, 1999).
Mais um diferencial no grau de influência sobre a ansiedade considera a questão da disciplina e aprendizagem do esporte. Martim (1997) sustenta que a ansiedade pré-competição é maior nos atletas de esportes que dependem de uma disciplina maior. Igual é o raciocínio de Bakker (1992), ao mostrar que em certos esportes, como a patinação artística ou a ginástica olímpica, onde a diciplina e a aprendizagem dos movimentos é fundamental para o êxito, a ansiedade pré-competição é maior em outros esportes (corrida, ciclismo, etc) onde a aprendizagem motora não cumpre um papel tão determinante, depois de adquirido o conhecimento básico.
4 - Fatores CircunstanciaisEntre tais fatores estão, em especial, tudo aquilo que entra em jogo na competição, assim como a presença dos pais e familiares do atleta, a atitude do treinador, o sentimento de se sentir preparado, a espectativa social sobre a vitória, a repercussão social do resultado, o eventual rendimento econômico (ou social) vinculado à vitória, enfim, todos esses elementos formam um conjunto capaz de influenciar afetivamente o atleta e seus resultados.
Debois (2000) confirma esta idéia destacando, principalmente, a diferença de rendimento na prática de esportes realizados no domicílio e fora dele. Segundo esse autor, a presença de determinados espectadores é um forte determinante no estresse das ginastas, os quais podem se preocupar mais a respeito das avaliações de seus pais ou do treinador, que nos resultados em si.
Confirmando esse fato, Bray (2000), estudou 34 jovens esquiadores (com idade média de 13,7 anos), e mostrou que a ansiedade somática não se achava ligada forçosamente à competição em si, mas sim relacionada com o olhar dos pais, dos outros competidores ou dos esquiadores em geral.
Duda acha que a expectativa de vitória projetada no atleta por seu entorno (pais, treinador, mídia, etc), seria um forte fator de aumento dos estados afetivos problemáticos na fase pré-competição. A ansiedade competitiva parece ser reforçada pela pressão social que sente o atleta, exacerbando assim os pensamentos pré-competição ligados ao medo do fracasso, de decepcionar outras pessoas, etc (Duda, 1995).
5 - O Lado Bom da AnsiedadeEm alguns casos, entretanto, a ansiedade aparece mais como um fator estimulante do que debilitante dos rendimentos esportivos. Takemura (1999) por exemplo, pesquisou em 93 estudantes uma situação experimental de estresse e chegou à conclusão de que só as pessoas com um traço de ansiedade mais acentuado em suas pessoalidade foram capazes de correr mais rápido diante de um estresse maior. Deduziu, assim, que o estresse poderia melhorar o rendimento físico.
De fato, parece não haver uma lei geral sobre o caráter estimulante ou inibidor da ansiedade sobre o esporte. Por causa disso sugerimos observar o gráfico acima apenas como uma tentativa de estabelecer limites, a partir dos quais a ansiedade comprometeria o rendimento do atleta. E tais limites seriam muito pessoais, de acordo com o perfil afetivo e ansioso de cada pessoalidade.
Diante da diversidade de efeitos da ansiedade sobre os diversos atletas é que alguns autores aceitam a idéia de que a quantidade ótima de ansiedade necessária para um bom desempenho depende de cada atletaHanin (1989) acha que não há um nível de ativação ideal para todos os atletas, sendo que alguns, por exemplo, podem ter seu melhor nível de rendimento quando têem um nível baixo de ativação (sintam-se mais relaxados), enquanto outros só podem alcançar o êxito quando têem um alto nível de ativação (sintam-se mais excitados).
Em outras palavras, para se compreender o efeito da ansiedade não podemos simplesmente avaliar sua intensidade, nem se seu tipo é cognitiva (afetiva) ou somática, mas sim, avaliar a capacidade de enfrentamento ou Coping (capacidades para enfrentar o estresse ou capacidade de adaptação) das pessoas.
Outro trabalho interessante é o de Parfitt, tentando demonstrar que os efeitos positivos ou negativos da ansiedade sobre o esporte dependem do tipo de esporte praticado. A ansiedade somática, por exemplo, que é a ativação orgânica global, com aumento dos níveis de adrenalina, cortisol e outros hormônios, pode influir positivamente no rendimento dos esportes onde entram em jogo exigências anaeróbicas (lutas, corrida, salto em altura, natação, futebol, basquete, etc).
Por outro lado, o estado afetivo influiria no rendimento de esportes competitivos que envolvem estratégia, memória, intelecto, como por exemplo, xadrez, golf, jogo de cartas, sinuca, tiro ao alvo, etc. Nestes casos influiria a autoconfiança, sensação de segurança, autoestima, ou seja, a ansiedade cognitiva e não a somática. Assim sendo, parece que há uma concorância sobre o fato da ansiedade não ter o mesmo efeito em todos esportes e nem em todas as pessoas (Parfitt, 1999).
Hartom (2000) chega aos mesmos resultados mostrando que os esportistas sentem de diferentes maneiras os efeitos da ansiedade acerca de seu caráter estimulante ou inibidor em função do esporte praticado. Ele compara jogadores de rugby, considerado um esporte explosivo-agressivo, com o tiro ao alvo, onde se requer concentração e motricidade fina. Observa que os jogadores de rugby atestam que a ansiedade somática favorece o desempenho, enquanto os atiradores de tiro ao alvo reconhecem o contrário.
6 - O Esporte Influi na Ansiedade e na Depressão?Uma das perguntas mais freqüentes em relação à prática esportiva é saber se as pessoas que sofrem transtornos depressivos ou ansiosos podem melhorar seu estado através do esporte. Será que os atletas e praticantes de esportes se deprimem menos ou têm menos ansiedade que a população geral?
Em relação à ansiedade, primeiramente, devemos saber que tipo de ansiedade, exatamente, está em questão; seria a ansiedade cognitiva ou somática? Seria um estado de ansiedade momentâneo ou de um traço ansioso de personalidade?
De um modo geral e abrangente, as investigações dos últimos dez anos costumam ter resultados diversos, embora quase todos ressaltam um efeito positivo do esporte na depressão e na ansiedade. Weimberg (1997) transcreve um quadro de Taylor onde se relaciona os esportes vinculados ao bem estar psicológico, sugerindo que, em geral, o esporte diminuiria a ansiedade, a depressão, a tensão, a ira, as fobias, além de melhorar a autoconfiança e a estabilidade emocional. Abele (1993) e Yeung (1996) também acham que o exercício teria um efeito positivo sobre o humor, assim como North (1990) e Isen(1990), que considera a atividade esportiva um forte fator de alívio para a depressão.
Voltando a Weimberg, que faz referências a outros autores que avaliaram a redução da ansiedade, relacionando-a à intensidade e tipo dos exercícios, o tipo de exercício físico mais intenso (aeróbico, em especial a corrida a pé, a natação e, principalmente a própria dança aeróbica) parece influir positivamente para redução do estado de ansiedade entre 2 e 24 horas depois do exercício.
Este efeito pode se extender até 15 semanas depois dessa prática aeróbica e parece ser maior quando a prática do exercício estimula uma freqüência cardíaca até 70 % da freqüência máxima do esportista em questão, enquanto as sessões de intensidade mais baixa ou moderada não parecem contribuir na redução da ansiedade. Tais resultados indicariam que a atividade física praticada diariamente, não apenas poderia reduzir a ansiedade, assim como poderia prevenir o desenvolvimento da ansiedade crônica.
Reede (1998) faz outro estudo bastante interessante sobre essa questão. Ele compara dois grupos, um composto por pessoas de vida sedentária, que se dedica a uma atividade mais parada, predominantemente de leitura, e outro chamado grupo ativo, com prática constate de exercícios. Os dois grupos são submetidos ao exercício e a uma seção de leitura posterior e em ambos os resultados mostram uma melhoria do estado de humor (afetivo) durante a atividade física, melhora esta que dura algum tempo depois do exercício. O autor chega à conclusão de que existe, de fato, um efeito positivo do exercício físico sobre o humor durante e depois do exercício, tanto em pessoas sedentárias quanto nas ativas.
Entre as hipoteses que tentam explicar a ação dos exercícios sobre a ansiedade e depressão, uma das mais aceita é a hipótese das Endorfinas. Segundo Lobsteim (1991) e Daniels (1992), a teoria da endorfina sugere que a atividade física desencadearia uma secreção de endorfinas capaz de provocar um estado de euforia natural, por isso, aliviando os sintomas da depressão. Essa idéia, entretanto, não tem concenso entre os pesquisadores. Alguns deles, como Dey (1994), por exemplo, preferem acreditar que o exercício físico regularia a neurotransmissão da noradrenalina e da serotonina, igualmente aliviando os sintomas da depressão.
Outra hipótese seria a cognitiva. De natureza eminentemente psicológica, a hipótese cognitiva se fundamenta na melhoria da autoestima mediante a prática do exercício, sustentando que os exercícios em longos prazos ou os exercícios intensivos melhorariam a imagem de si mesmo e, conseqüentemente, a autoestima (Dzewaltowski, 1992).
O bom senso recomenda que sejam pensadas essas hipóteses como partes integrantes de um mesmo sistema, não excludentes, mas integradas. Muito embora não seja possível confirmar ainda e categoricamente alguma relação causal explícita e direta entre a atividade física e a redução da ansiedade e/ou da depressão, vamos adotar algumas considerações que faz o National Institute of Mental Health (órgão estatal norteamericano que avalia a saúdem mental) sobre a atividade física e sua relação com o estresse e depressão. São elas:
- a condição física se encontra positivamente ligada à saúde mental e ao bem estar;
- a atividade física se acha associada à redução das emoções relativas ao estresse, tais como o estado de ansiedade;
- a atividade física está ligada a uma visível redução do nível moderado de depressão e ansiedade;
- a atividade física, em logo prazo pode ser aconpanhada por uma redução dos sintomas neuróticos da ansiedade;
- as depressões dos tipos moderada-grave ou grave e severa podem exigir um tratamento profissional que pode incluir a prescripção de medicamentos, a eletroconvulsoterapia ou a psicoterapia. Para esses casos a atividade física serveria de complemento;
- uma atividade física adeqüada se acompanha da redução de alguns indicadores de estresse, como por exemplo, a tensão neuromuscular, a freqüência cardíaca em reposo e alguns hormônios relacionados ao estresse (corisol, adrenalina...);
- no plano clínico, é opinião atual que a atividade física produz efeitos emotivos benéficos em quaisquer idades e sexos;
- as pessoas com um bom estado físico que necessitam um medicamento psicotrópico podem praticar com total segurança uma atividade física sob vigilância médica.
Musculação e Hormônios
O treinamento de força (musculação) que objetiva o desenvolvimento de força e massa muscular parece influir na secreção de testosterona e hormônio do crescimento. SegundoMarcelo Porto, diversos estudos têm sido desenvolvidos com o intuito de esclarecer os mecanismos envolvidos na estimulação hormonal através do treinamento de musculação.
As pesquisas mostram que alguns fatores, tais como intensidade dos exercícios, volume da sessão de treinamento, quantidade de massa muscular envolvida nos exercícios, intervalos de recuperação entre as séries de exercícios, nível de treinamento e os períodos de descanso entre as sessões, são os principais determinantes das respostas hormonais.
Alguns pesquisadores têm demonstrado significativa participação dos hormônios anabólicos, como é o caso da testosterona e do hormônio do crescimento (GH), nas alterações metabólicas proporcionadas pelos exercícios de alta intensidade e curta duração, como os exercícios de musculação.
O nível de testosterona aumenta imediatamente após o término do exercício de musculação e aumenta proporcionalmente à intensidade dos exercícios, ou seja, do número de repetições máximas, quantidades de séries, quantidade da massa muscular recrutada e volume total de trabalho.
Outro fator de influência no aumento da testosterona é a quantidade de massa muscular envolvida no treinamento, de forma que os exercícios que envolvem grandes massas musculares elevam mais significativamente os níveis da testosterona, em comparação com exercícios que envolvem pequenos grupos musculares.
Tais estudos, citado por Marcelo Porto, enfatizam que a quantidade de trabalho por exercício é um fator significante na determinação das elevações dos níveis de testosterona, porém, alertam que o volume excessivo de treinamento pode exercer efeito negativo sobre a secreção desse hormônio. Isso ocorre quando há um desequilíbrio entre o treinamento e o período de recuperação, desencadeando uma situação conhecida como overtraining.
Dessa forma, para que haja aumento nos níveis da testosterona, o mais indicado seriam os treinamentos intensos, com curtos períodos de trabalho e envolvendo grandes massas musculares. De um modo geral esse também é o comportamento dos níveis de hormônio do crescimento em relação ao exercício físico, exceto na situação de exercícios muito pesados, os quais parece não diminuir o nível do hormônio do crescimento, como ocorre com a testosterona.
psiqweb.med.br/, revisto em 2008.