sábado, 3 de setembro de 2011

Conversa direta e reta --"

Poucos dias após o ocorrido, dois amigos meus q eu vou chamar de Raphael e Agenor (os nomes foram mudados para preservar a identidade dos indivíduos).
A princípio pensei q eles quisessem falar com o Léo pois foi por ele q eles chamaram ao chegar a porta. Daí eu disse q o Léo tinha ido jogar basquete com o resto do pessoal, e estranhei o fato do eles não terem ido tbm mas os convidei pra entrar e esperar.
Enquanto eles esperavam, por algum motivo, q eu não sei qual foi, eu virei pro Raphael e perguntei:
"Onii-san, vc me odeia?"
Ao que ele respondeu:
"Não é que eu te odeie Lívia. Eu não sou capaz de odiar ninguém. Mas as vezes vc tem atitudes que deixam as pessoas chateada e faz com que eles se afastem de vc..."
Isso me deixou um tanto mal pq eles, principalmente o Raphael e o Agenor, são os que eu mais considero do nosso clã.
*Na verdade eu nem sei mais pq eu ainda faço parte de um clã onde muitos não me conhecem pessoalmente e, dos q conhecem, a maioria ou não vai com a minha cara ou finge q eu não existo.*
Enfim, Raphael, Agenor e eu entramos no quarto e começamos a conversar sobre mim.
O Agenor disse, não apenas ele, mas q o clã todo estava sabendo da forma mal educada que eu atendi o telefonema do amigo homossexual deles e todos ficaram muito chateado comigo por causa disso. Alguns ficaram com muita raiva. E que ele, na posição de mais velho do clã, veio pra conversar comigo sobre o por que eu tinha feito isso!? Disse q era ridículo e até preconceituoso eu sentir ciúmes do "fulano" uma vez q o Léo é hetero e se ele gostasse de homem ele não estaria comigo a tanto tempo. Que esses meus acessos constantes de raiva e ciúmes só iam fazer com que o Léo se afaste cada vez mais de mim. E não só ele, meus amigos tbm já não me suportam mais e da pra contar nos dedos de uma mãos só quantos ainda posso chamar de amigos. Tbm disse que eu estou sempre me escondendo atrás do meu transtorno e não encaro minha vida de frente. Que eu já devia ter voltado a trabalhar mas eu só fico trancada no quarto em cima da cama fugindo da vida e dos meus problemas. Que eu ficou me fazendo de coitadinha pra fazer com que o Léo faça todas as minhas vontades. Ele brigou comigo por causa da briga que eu tive com o Léo em que eu quase o esfaquiei e disse q eu tenho muita sorte por ainda ter o Léo ao meu lado.
Como sempre, eu chorei...
Ele me deu muitos bons conselhos, alguns q eu pretendo seguir e outros que ainda não conseguí entender. Mas algo que ficou muito bem gravada na minha mente é:
"Eu sou bonzinho com as pessoas a maior parte do tempo, mas posso destruí-las quando eu quero"
Ainda tenho pesadelos com essas palavras --" E isso não é uma metáfora! Eu tenho mesmo U.Ú

2 comentários:

Brooke Sparkes disse...

Olá, Lívia Yukishiro
Coloquei no Google as palavras: Bipolar Blog e apareceram muitos sites, e o seu. Li alguns dos seus primeiros posts - com dificuldade, pois a letra é de difícil leitura -, e assim como você, eu sou Bipolar, mas sou Bipolar e Bouderline ( o Bouderline nem eu mesma sei definir o que é).
Tomo remédios controlados e minha primeira crise foi em 2010. Desde lá tive uma em 2011, e outra em 2012. Tomo Rivotril, Rissperidona e Lamitor.
A primeira psiquiatra que tive, me passou Lithuium, o que acabou comigo. A menina de 18 anos com 65 kilos e 1,76 de altura, agora tem 85 kg. Agora tomo o Lamitor que é o medicamento que menos leva a engordar.
Já parei em um hospícil mas não fui internada, já fiquei de cadeira de rodas ( eu desmaiava do nada, mas ficava consciente. sabia tudo que tava acontecendo mas o corpo não respondia). Já fiz escândalos em vários locais, hospitais, consultórios, rua de casa, em casa. Uma vez em uma clínica eu fiquei em estado de alucinação e comecei a falar como os personagens da novela PASSIONE. Foi ridículo. Eu me sinto desprezada por ser gorda, em festas quando vou, eu sobro. as minhas poucas amigas ( conto em uma só mão), são magras, são amadurecidas, e eu não.
Eu tenho 23 anos, sou indecisa, desisto das coisas ( desisti de quatro faculdades), insegura, deprimida, irritada. Minha relação com minha mãe é difícil, porque sou muito explosiva e irritada. Eu me sinto o pior dos seres humanos, eu quero mudar, quero ser uma pessoa boa, estável, feliz. Mas eu não consigo. Meus relacionamentos não dão certo, os remédios tiram a minha libido, eu não sinto vontade de transar, não tenho orgasmos... Meu último namorado me chamava de gorda e imatura. Eu me apavoro com qualquer circunstância, obstáculo... tudo me amedronta, me dá vontade de desistir. Desde adolescente eu tentava me matar, com facas, produtos químicos, e do ano passado pra cá, eu tive uns surtos de pegar meus remédios e tomar vários, pra ver se eu morro logo e ameniza minha solidão e tristeza profunda. Minha mãe esconde os remédios de mim. Eu não posso beber, mas é quase que irresístivel e isso é tiro e queda pra ter uma crise. E cada crise é pior que a outra. Bebida só piora tudo, e parar de tomar os remédios é suicídio. Porque não é só a gente que sofre, as pessoas ao nosso redor são as que mais sofrem. Porque passam vergonha com vc, te vê chorar, gritar, fazer loucuras, e simplesmente não sabem o que fazer. Meu erro é dizer pras pessoas que sou bipolar borderline. Isso assusta, porque as pessoas pensam que os bipolares são loucos. Mas se existem pessoas ''normais'' que são loucas, existem também os bipolares que são ''normais''.
Só quero te dizer que cada vez que vc pensar em se matar ou matar alguém, você pense no seu amor. Tenta entrar num tratamento de medicamentos ( o lamitor que eu te disse é o que não engorda como o Lithium), porque se hoje eu tô lúcida, é com a ajuda de Deus, da minha mãe e principalmente dos remédios. Eu sei que você não acredita em Jesus, mas eu quero te deixar uma palavra:
"...Mas o Senhor será um refúgio para o seu povo, uma fortaleza para Israel. Então vocês saberão que eu o Senhor, o seu Deus..." Joel 3:16b-17a.
O que me consola é que a Palavra de Deus diz que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Eu creio que um dia o Espírito Santo vai tocar seu coração, assim como tocou o meu. É o que me dá forças pra continuar a jornada, cometendo falhas, sim, mas desistir da vida, não.
Senti no coração de escrever isso, não com a intenção de te criticar ou chatear, somente pra você saber que não está sozinha.

Att

Brooke Sparkes

Lívia Yukishiro disse...

Olá Brooke Sparkes!!!
Fico muito feliz de que tenha lido e gostado do meu blog ^.^
Muito obrigada pelas palavras e conselhos. Depois de ler seu comentário fiz uma pesquisa sobre Bipolar e Bouderline e achei uma matéria muito interessante que pretendo publicar aqui logo mais.
Apesar de ser atéia eu respeito as crenças das pessoas e não ligo quando elas me dizem coisas sobre deus desde que seja verdadeiro e de coração, para o meu bem mesmo e não na intenção de me criticar ou de me impor a sua religião e tals, como no seu caso.
Aceitando a sua sugestão vou tentar mudar a fonte do blog pra uma que seja de melhor compreensão.
Espero que continue acompanhado meu blog.
Bjs <3